Desde o início da pandemia, em março de 2020, Maria Eduarda não saía de casa, nem mesmo para ir à escola, pois caso contraísse a doença poderia evoluir para um quadro grave. A mãe, Liane, relatou que já aguarda a segunda dose para que a filha possa voltar a ter uma vida normal. “Agora, é esperar a segunda dose para que a gente se sinta mais confiante de liberar ela para voltar à escola, ter aulas presenciais, porque nesses dois anos ela estudou de forma remota. E esperar também que mais pais tragam suas crianças para vacinar. Têm muita fake news rolando por causa da vacina, mas nós temos que confiar em Deus, na tecnologia e na ciência”, destacou Liane Brito.
A menina, apesar da pouca idade, já reconhece a importância da vacinação. “Estou muito feliz de ter sido vacinada, agora me sinto mais segura de sair com meus pais, e acho que todos devem se vacinar para poder evitar essa doença”, destacou Maria Eduarda.
De acordo com dados do Boletim Epidemiológico da Covid-19 no Tocantins, gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), desde o início da pandemia foram registradas dez mortes de crianças na faixa etária entre 0 e 9 anos. Se ampliarmos a faixa etária para 0 a 19 anos, o número sobe para 22 mortes causadas pela doença.
Apesar dos números, há pais que ainda têm dúvidas quanto à segurança e à eficácia da vacina. O médico infectologista que atua no Hospital Geral de Palmas (HGP), Alexandre Janotti, explica que a vacina pediátrica foi desenvolvida pensando nas particularidades desse público, ou seja, os pais podem vacinar seus filhos sem medo. “A realidade é que ela é segura. Assim como a vacina para adultos, os efeitos adversos que podem ocorrer são apenas no primeiro ou segundo dia, após a aplicação, como febre, mal-estar, dor no corpo, mas sem nenhuma complicação grave. Ou seja, são efeitos que não justificam o medo da vacina”, ressalta.
Informação segura
Esse cenário de dúvidas, quanto à segurança do imunizante, se deve principalmente à disseminação de notícias falsas, e mensagens virais compartilhadas nas redes sociais. Nesse sentido, o infectologista recomenda que, em caso de dúvidas, os pais devem procurar informações nas instituições de conhecimento científico e que sejam reconhecidas socialmente. Entre elas, as sociedades especializadas como de Pediatria (https://www.sbp.com.br/), Infectologia (https://infectologia.org.br/) e Imunologia (https://sbi.org.br/). No site dessas instituições, é possível acessar informações fidedignas quanto à segurança e à eficácia da vacina.
Cuidados continuam
O infectologista reforça ainda que a vacina não impede o novo Coronavírus de circular, assim como a vacina da gripe não impede a transmissão do vírus da gripe, mas o que a vacina impede é que as pessoas evoluam para casos graves de infecção ou até mesmo a morte.
“Com a vacina além de evitar mortes, o que já é muito bom, nós conseguimos evitar ainda as hospitalizações diminuindo assim aquela situação de falta de leitos em hospitais. Neste momento, em que estamos novamente tendo um aumento nos casos, quanto mais pessoas completarem as doses de vacinação, mais nós vamos estar evitando a sobrecarga do sistema de saúde e as mortes, que é o que mais queremos evitar”, frisa o médico Alexandre Janotti.
Além da vacinação, os cuidados no dia a dia também ajudam a diminuir as chances de se contrair com o novo Coronavírus. “Mesmo com a vacina, devemos manter os cuidados usuais, como evitar aglomerações, usar a máscara corretamente, não adianta usar máscara para ficar na orelha. Lavar com frequência as mãos e usar álcool em gel”, reforçou o médico.
Vacinação nos municípios
Para saber os dias da vacinação nos municípios, os tocantinenses devem procurar os canais de comunicação de sua prefeitura, que é o ente responsável pela aplicação do imunizante na população.
A gerente de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Diandra Rocha, ressalta a importância de vacinar as crianças. “Os pais podem escolher se querem ou não vacinar seus filhos, mas o que é importante nesse momento é que as crianças sejam vacinadas, pois apesar de acontecer em menor número que nos adultos, há sim registro de mortes em crianças devido à covid-19, e a vacina reduz significativamente as chances de um quadro de infecção evoluir para um óbito”, finaliza.
Fonte – Ascom SES-TO