Pesquisadores do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, identificaram grandes agrupamentos de moléculas de álcool no centro da Via Láctea – algo que, segundo os especialistas, pode nos ajudar a entender melhor o processo de formação das estrelas.

Mas antes que você chame seus amigos para “sextar” em um happy hourgaláxia adentro, segure a animação um pouco: o “álcool” no centro da Via Láctea é o isopropanol, mais conhecido como “álcool isopropílico” – o mesmo que você vê sendo aplicado na limpeza de eletrônicos e alguns sanitizantes clínicos.

Além disso, tem toda a questão de que tem um buraco negro meio grandinho mais ou menos na mesma região…

De acordo com os descobridores do material, a região onde as moléculas de álcool foram encontradas é comumente apelidada de “sala de parto da Via Láctea”, por reunir vários elementos necessários para o nascimento de novas estrelas. Oficialmente, estamos falando da Sagittarius B2, uma nuvem de gás e componentes químicos posicionada a mais de 150 parsecs do centro da galáxia.

“A identificação de ambos os isômeros de propanol é unicamente poderosa em determinar o mecanismo de formação de cada uma delas”, disse Rob Garrod, astrônomo da Universidade da Virginia e co-autor de um dos dois papers produzidos a partir da novidade. “Por eles serem tão semelhantes entre si, eles se comportam – fisicamente falando – de forma muito parecida, o que significa que as duas moléculas devem estar presentes nos mesmos lugares, ao mesmo tempo”.

A busca por moléculas do tipo não é bem uma novidade: pelo menos nos últimos 15 anos, especialistas de todas os campos vêm desempenhando esforços para tentar encontrar elementos mais complexos nos confins do espaço. A descoberta atual, porém, veio graças ao telescópio ALMA, no Chile.

Aliás, três novas moléculas também foram identificadas pelo projeto: são elas o cianeto isopropílico, a N-metilformamida e a ureia.

“A única questão que permanece é a quantidade exata [das moléculas] presente – isso torna a sua frequência interestelar mais precisa do que seria caso fossem outros pares de moléculas. Isso também significa que a rede química pode ser ajustada com muito mais cuidado para determinar os mecanismos que as formam”, diz trecho do comunicado do instituto.

Ambos os estudos foram publicados no jornal científico Astronomy Astrophysics, e estão acessíveis aqui e aqui.

 

Fonte: Olhar Digital