Por conta de decisão judicial da juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo, o cantor e compositor Caetano Veloso não pôde realizar seu show na ocupação Povo Sem Medo, anunciado pelos Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), em São Bernardo do Campo.
Se descumprida a decisão, o movimento teria que pagar multa de R$ 500 mil e ordem para ação policial caso a ordem fosse descumprida.
Caetano afirmou não conhecer as questões legais, mas disse se sentir mal com a proibição. “Da impressão de que não é um ambiente propriamente democrático”, declarou o cantor ao sair da ocupação. “É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático”, disse.
Guilherme Boulos, coordenador do MTST, diz que a Justiça deveria se preocupar em “pegar a quadrilha que está no poder no país”, ao invés de proibir uma apresentação musical.
“Hoje aqui em São Bernardo do Campo mais uma vez a Constituição foi rasgada. É um absurdo, é censura, é ilegal. Para muita gente dentro Judiciário o preconceito vale mais do que a lei. Se eles queriam nos provocar para uma ação violenta não conseguiram. Isso nos dá energia. Nos dá ânimo”.
Guilherme ainda criticou o prefeito da cidade, Orlando Morando (PSDB/SP), que de acordo com o coordenador do MTST apostou no conflito. “Eu não sei o que ele tem na cabeça. Ele age com ranço, com preconceito”.