Maju Cotrim- Editora Chefe Gazeta

No Tocantins 40% das crianças vivem abaixo de um nível mínimo de recursos para satisfazer suas necessidades.  O dia das crianças onde a preocupação maior parece ser propiciar eventos e doação de brinquedos alerta para a necessidade de políticas públicas permanentes de cuidado.

O Estado tem 77,3% de suas crianças e adolescentes na pobreza chamada de “multidimensional” que analisa por exemplo estar fora da escola ou sem aprender, viver em moradias precárias, não ter acesso a renda, água e saneamento, não ter uma alimentação adequada e não ter acesso à informação.

Segundo os dados, 5% das crianças ainda são privadas de água potável no Estado.

No Tocantins, 7,88% de meninas e meninos são afetadas pela privação á moradia. Por aqui também 4,15% das crianças não tem acesso a internet nem televisão.

Divulgamos diariamente casos de crianças tendo que passar horas nas estradas em veículos inadequados para conseguirem estudar  em quilombos e zona rurais. Os casos de assédio também infelizmente são alarmantes.

Pensar a infância no Tocantins precisa representar a construção de um grande pacto institucional de defesa aos direitos infantis e de implantação de políticas permanentes voltadas para a proteção das infâncias.

É uma responsabilidade social e não apenas de A ou B. Dar presentes e celebrar a data é importante mas  atuar em várias frentes para garantir infâncias inclusivas e com acesso mediante a tantos desafios ainda é urgente.

Dentro deste contexto vale destacar sim uma iniciativa deste ano do TCE que trouxe luz a esta questão. Os prefeitos das cidades tocantinenses e o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) assinaram um Compromisso Tocantinense pela Primeira Infância.  O Tribunal propôs um esforço conjunto do poder público para garantir os direitos básicos para crianças que vivem em situação de vulnerabilidade, o que com certeza é um passo gigante nesta discussão. Que venham mais iniciativas como essas.

(Fonte dos dados: estudo “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil” realizado pelo UNICEF referente ao ano de 2022)

Maju Cotrim é Jornalista por formação e vocação , Editora Chefe e co-fundadora da Gazeta do Cerrado, Especialista em Comunicação Étnico-Racial e Marketing Político. É idealizadora e Coordenadora do Instituto Crespas.TO. Autora do livro “Guerreiras Populares Quilombolas ” que conta a história e trajetória de 50 quilombolas tocantinenses. Pesquisadora e Palestrante na área de Políticas estratégicas de reparação social e comunicação para a diversidade. Referência em jornalismo de Causa e político no Tocantins há 18 anos.Consultora especializada em Comunicação e Jornalismo.