O Sindicato dos Trabalhadores em Eletricidade no Estado do Tocantins (Steet), realizou levantamento feito e verificou que, de janeiro a agosto deste ano, a Energisa despediu, em todo o Tocantins, cerca de 70 trabalhadores. Número que, segundo o presidente do Steet, Sérgio Fernandes, tende a ser maior ainda se considerados os empregados com menos de um ano de serviço prestado que fazem o acerto rescisório direto com a área de Recursos Humanos da empresa.

O presidente enfatiza que para descaracterizar demissão em massa, a empresa realiza dispensa seletiva de trabalhadores nas mais diversas áreas de atuação. “Quando se aproxima o fim de semana os trabalhadores ficam tensos e receosos para saber quem será o próximo a ser despedido”, contou.

A entidade também deve denunciar o fato ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e ao Ministério do Trabalho (MT).

Para o presidente, a onda de dispensas reflete na qualidade dos serviços da Energisa, prestados à comunidade. Exemplo disso são as Ordens de Serviços, que têm tido atrasos.  “Observamos muitos consumidores reclamando do atendimento e temos relatos de consumidores e dos próprios trabalhadores de que algumas localidades ficam horas sem energia. Fazia tempo que isso não ocorria com frequência. A partir do momento em que a Energisa assumiu a concessionária, observamos que essa realidade se faz mais presente no dia-a-dia dos consumidores”, afirmou.

 “Terror psicológico”

Sérgio Fernandes ressaltou, ainda, que a onda de dispensas “tem gerado terror psicológico” no quadro de empregados, principalmente da área operacional. Para ele, o fato é preocupante. “Os trabalhadores não têm mais segurança do seu emprego, pois ao fim do expediente poderão ser surpreendidos com uma carta de demissão”, contou o presidente.

Ele também ressaltou o risco de acidentes de trabalho que os empregados estão submetidos. “É um ramo delicado. A pessoa precisa estar em perfeito equilíbrio emocional. Temos diversos relatos nesse sentido e há preocupação de que essa incerteza gerada no meio dos trabalhadores possa contribuir para a ocorrência de acidentes”, disse.

Segundo o presidente, as campanhas publicitárias da Energisa não condizem com a realidade da empresa. “Na mídia querem passar a imagem de uma empresa que valoriza o social e de que é preocupada com o bem estar dos trabalhadores e dos consumidores. A realidade é totalmente diferente. Existe intensa insatisfação, interna e externa, em relação à atuação da Energisa”, frisou.

Fonte: Ascom Steet