Maju Cotrim- Jornalista e Editora Chefe da Gazeta do Cerrado

2019 vai se encerrando com movimentações quentes rumo à prefeitura de Palmas. Algo chama atenção conversando nos bastidores: a submestimacao óbvia de alguns interessados na disputa. Como se tivesse um script pronto e acabado de se consolidar como uma alternativa viável para a capital.

A história já mostrou mas é preciso reforçar: não existe receita pronta para vencer eleições em Palmas! Comer o “Chambari do vovô”… o discurso do novo e tantos outros motivos e obviedades não resumem os quesitos necessários para chegar à prefeitura.

Ainda tem aqueles que adoram dizer “mas o Amastha foi eleito em 2012, saiu de 1% para ganhar eleição…” como se fosse uma fórmula ou uma sorte…. pre-campanha e a campanha propriamente ditas não se baseiam apenas em casos passados e além disso a vitória de Amastha em 2012 foi uma mistura de acertos com “a hora certa”. Amastha teve a estratégia, o discurso e acertou mais que errou em 2012, por isso, mesmo sem ter maioria dos políticos ao seu lado conseguiu chegar a ser o primeiro estrangeiro a ser eleito numa capital do Brasil. Foi todo o contexto, não teve mesmo só chambari. Em 2016 manteve a preferência, já na eleição estadual de 2018 não colou.

Não basta ser empresário, um nome novo, alguém que não seja da área político, que goste de chambari, que visite a Capadócia, que diga que ame Palmas… 2020 será o ano de quem criar um sentimento de Palmas! O sentimento de pertencimento, de cuidado com a capital, das especificidades de cada bairro. O palmense já mostrou que está além dos clichês e que quer mesmo é alguém que demonstre com sinceridade o quanto se importa com a cidade e de fato o que defende para ela. O desafio para as eleições de 2020 é justamente convencer a população não por ser de grupo A ou B, ou estar com x ou y no palanque mas por identificação com a capital e principalmente por competência para lidar com os desafios que a população enfrenta. Tem que ter ligação com a história da capital? Claro! Entender as nuances do processo político, é claro… mas está além disso.

E em tempos de rede social não se enganem com a impressão de estar perto das pessoas estando do outro lado de um celular ou de um computador….não é sobre número de seguidores ou curtidas: é sobre quem realmente toca as pessoas.

A história já mostrou: não existe quem seja imbatível ou quem não tenha chances nenhuma…

Não são também megaestruturas ou ostentações políticas: é senso de realidade. Que a população tenha muitos perfis e opções qualitativas para escolher no próximo ano pelo convencimento e mobilização social e não apenas pelas “ações convenientes” prontas e acabadas que alguns interessados na disputa achem que seja a receita.