A pesquisa revela que aditivos químicos em alimentos ultraprocessados podem interferir na absorção de nutrientes, agravando problemas de saúde mental.

 

Nayara Rios, da TOTUM Saúde – Nutricionista
Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) reforça a relevância da máxima “você é o que você come”. A pesquisa aponta que o consumo de alimentos ultraprocessados está ligado a mais do que apenas ganho de peso e problemas físicos; ele também pode estar associado ao aumento do risco de depressão.
O estudo acompanhou quase 16 mil adultos sem histórico de depressão e revelou que aqueles que consumiam uma dieta composta por quase dois quintos de alimentos ultraprocessados tinham um risco 42% maior de desenvolver depressão. Em contrapartida, o grupo que seguia uma alimentação mais saudável apresentava uma incidência de apenas 7% de novos casos da doença.
De acordo com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), os alimentos ultraprocessados representam, em média, 20% da dieta da população brasileira. Essa realidade ganha ainda mais relevância considerando que o Brasil lidera a América Latina em proporção de pessoas com depressão, conforme o relatório “Depressão e outros transtornos mentais” da Organização Mundial da Saúde (OMS). As novas descobertas reforçam a importância de uma alimentação equilibrada como um dos pilares para a prevenção de problemas de saúde mental.
Os pesquisadores da USP destacam que os aditivos químicos presentes nos ultraprocessados podem impactar negativamente a microbiota intestinal, desencadeando desequilíbrios na absorção de nutrientes e contribuindo para problemas de saúde mental.
A boa notícia é que, segundo a nutricionista da TOTUM Saúde, Nayara Rios, é possível reduzir os riscos de depressão com mudanças simples na alimentação. “O ideal é começar com o básico: incluir boas fontes alimentares como frutas, verduras e fibras no seu cardápio diário. Com isso, o organismo passa a ser beneficiado com a ingestão de substâncias chamadas de fitoquímicas e prebióticas, que ajudam na produção do hormônio da felicidade e na saúde intestinal”, explica a especialista.
É essencial lembrar que uma dieta saudável deve ser desenvolvida com o suporte de um nutricionista. Embora a alimentação balanceada ofereça comprovados benefícios para a saúde mental, ela não substitui o tratamento médico especializado. “A alimentação pode ser um grande aliado, mas é crucial que pessoas com sintomas de depressão procure ajuda de psiquiatras e psicólogos, que desempenham um papel fundamental no cuidado da saúde mental”, reforça Nayara Rios.
Para reduzir os riscos associados ao consumo de alimentos ultraprocessados e promover a saúde mental, a nutricionista Nayara Rios, da TOTUM Saúde, recomenda as seguintes orientações:

1.     Inclua alimentos frescos na sua dieta: Priorize o consumo de frutas, legumes e verduras diariamente.

2.     Evite ultraprocessados: Diminua o consumo de produtos industrializados, ricos em aditivos químicos e conservantes.

3.     Aposte em fibras e prebióticos: Esses alimentos ajudam a nutrir a microbiota intestinal, essencial para o equilíbrio mental.

4.     Ingestão de gorduras boas: Alimentos como abacate e castanhas fornecem nutrientes que auxiliam na saúde cerebral.

5.     Hidrate-se bem: Manter-se hidratado é crucial para o bom funcionamento do organismo como um todo, inclusive do cérebro.

6.     Procure orientação nutricional: Consulte um nutricionista para desenvolver um plano alimentar personalizado e equilibrado.