Tirar um sonho do papel nem sempre é fácil. Afinal, custa dinheiro, dedicação e trabalho duro. Por isso, as plataformas de crowdfunding são tão importantes e continuam crescendo no Brasil, para dar vida a causas sociais, oferecer aporte para lançamentos de produtos e serviços ou para executar projetos culturais, como é o caso do primeiro CD solo do artista Mário Xará.
Utilizando uma das dezenas de plataformas de financiamento coletivo existentes no país, o jornalista, músico, cantor e compositor do Tocantins, Mário Xará, está arrecadando recursos para o lançamento de seu primeiro trabalho solo, com canções inéditas e autorais. “Contar com o apoio de amigos, familiares e até desconhecidos para concretizar esse projeto é audacioso e, ao mesmo tempo, motivador. Afinal, a gente faz música para as pessoas”, explica o artista.
Para ele, procurar o financiamento coletivo vai além do aporte financeiro. “Hoje em dia é possível um artista ampliar sua voz para o grande público sem precisar obedecer aos padrões artísticos impostos. Graças à internet, é possível concretizar uma produção independente, sem desviar o foco da boa música e da liberdade de expressão”, complementa.
De acordo com o estudo Retrato do Financiamento Coletivo no Brasil, realizado pela Catarse (plataforma de crowdfunding) em parceria com a Chorus (empresa de pesquisa) e divulgado pelo Sebrae, os projetos artísticos e culturais estão entre os mais apoiados pelos brasileiros. Outro dado interessante é que entre as pessoas que mais realizam projetos de financiamento coletivo no Brasil, estão as que têm de 25 a 30 anos (37%) e as com idade de 31 a 40 anos (28%).
CD inédito
O trabalho que Mário Xará deseja executar mistura a regionalidade do xote, baião, zabumba e triângulo, com as frequências do mundo. “O CD referencia nossos grandes mestres, mas também traz algum frescor sobre essa mudança de era, o dia a dia tecnológico, a revolta política e um grande otimismo para o futuro”, conta Xará.
Mário Xará é jornalista, músico, cantor e compositor do Tocantins. Despertou para a música ainda criança vendo o pai tocar cavaquinho e violão em casa aos finais de semana. Canções como “Carinhoso”, do mestre Pixinguinha, e “Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida”, de Paulinho da Viola, faziam parte da trilha sonora familiar.
Os instrumentos pela casa e os ares da capital mais jovem do país inspiraram o filho de goiano com mineira a ter certeza que a música era seu caminho. Começou a tocar bateria e percussão aos 18 anos e não parou mais.
Ao longo da carreira, gravou um disco como baterista no Rio de Janeiro no estúdio Casa do Mato com o grupo Mestre Kuca; foi para São Paulo estudar áudio, onde trabalhou como assistente de áudio no Na Cena Estúdios (um dos maiores estúdios do país), gravou vários singles e, por último, o primeiro registro da sua voz como cantor e compositor na banda Cascatá, onde o forró entrou de uma vez por todas na sua vida.
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