Larissa Marra – Jornalista Gazeta do Cerrado
Mesmo com o parecer favorável do Ministério Público do Tocantins a pedido do vice-prefeito de Novo Acordo, Leto Moura Leitão Filho, o “Letim Leitão” para voltar a morar em sua residência na cidade, é negado pela juíza, Aline Iglesias.
Letim é acusado de mandar matar o prefeito da cidade, Elson Lino de Aguiar, em janeiro do ano passado e desde que saiu da prisão em regime fechado, o vice-prefeito cumpre medida judicial em regime domiciliar em Palmas. Em seu pedido, ele alega que o custo de vida na capital é elevado e tem sido impossível sem salário, manter a si, esposa e aos quatro filhos, contando apenas com ajuda de terceiros.
Para a juíza, não houve modificação na situação do réu que autorizasse a mudança de Palmas, como decidiu ao autorizar a saída da prisão, com usos de tornozeleiras. Ela também lembra que continuam havendo manifestações populares sobre a tentativa de homicídio.
Procurado pela Gazeta do Cerrado, os familiares de Letim informaram que vão recorrer da decisão. O vice negou todas as acusações em entrevista exclusiva a Gazeta.
Outro pedido para Cirurgia em Goiás
De acordo com juíza o vice-prefeito, “tenta, pedido após pedido, se livrar de cada uma das medidas cautelares que lhe foram impostas”. A mais recente, foi um pedido de autorização para ir a Goiânia para consultar com oftalmologista, após ter sido diagnosticado com descolamento da retina. Letim, quis que a juíza autorizasse a retirada da tornozeleira antes da viagem, alegando que numa cirurgia não se pode usar nem anéis ou alianças e deveria viajar sem o equipamento.
Foi autorizado pela magistrada o tratamento médico em Goiás por 15 dias (desde o dia 4 de março), mas negado a retirada da tornozeleira antes da cirurgia. “Somente será retirada, se e quando for necessário para realização de cirurgia, quando a mesma esteja efetivamente designada, com laudo médico indicando a necessidade de retirada”, pontua na decisão.
Entenda o Caso
O crime ocorreu na residência da vítima, localizada no Centro da cidade de Novo Acordo, a 110 quilômetros de Palmas. Na data dos fatos, por volta das 15 horas, o executor chegou à residência de Dotozim, passando-se por um conhecido e aproveitou que uma das portas da casa estava aberta para adentrar ao imóvel, dirigir-se até o interior da casa do gestor e efetuar três disparos de arma de fogo, a queima-roupa. Um dos disparos atingiu o rosto do gestor que perdeu a visão de um dos olhos.
Segundo a Polícia Civil, responsável por investigar o caso, o vice-prefeito teria encomendado o crime, o empresário Paulo Henrique Souza Costa e Kelly Fernanda Carvalho da Silva, mediado a ação e Gustavo Araújo da Silva teria efetuado os disparos que atingiram o prefeito no dia 9 de janeiro do ano passado. Todos foram presos no dia seguinte ao atentado e já foram indiciados por homicídio doloso na forma tentada.
No entanto, outra decisão proferida no dia 23 de setembro, a Justiça revogou a prisão preventiva de Letim, de Kelly e do empresário, que ganharam a liberdade provisório até o julgamento do mérito da ação. O atirador, no entanto, continua preso preventivamente.