O delegado de homicídios Eduardo Menezes afirmou que Briner de César Bitencourt, de 23 anos, não morreu após sofrer tortura ou maus-tratos dentro de presídio em Palmas. O jovem morreu no dia em que seria solto pela Justiça após ser absolvido da acusação de tráfico de drogas. A mãe dele, Élida Pereira, se acorrentou em uma secretaria nesta terça-feira (25) para pedir justiça.

A morte de Briner aconteceu na madrugada do dia 10 de outubro do ano passado, após ele passar semanas passando mal dentro da Unidade Penal de Palmas. A cozinheira Élida Pereira protesta contra o arquivamento da investigação administrativa sobre o caso pela Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) e decidiu fazer greve de fome.

O delegado Eduardo Menezes explicou que as esferas administrativa e penal são independentes e cada investigação pode chegar a conclusões distintas. Ele afirmou que o inquérito da Polícia Civil está avançado e é prioridade na divisão de homicídios. A investigação segue em sigilo.

“A causa e os responsáveis por essa morte a gente vai manter em sigilo, mas o que posso é descartar completamente a questão de tortura e maus-tratos tanto na rede hospitalar como na unidade prisional”, afirmou o delegado.

A sindicância administrativa sobre a morte de Briner foi arquivada na semana passada. Em entrevista, a gerente de sindicância da Seciju, Leia Bueno, disse que não foram encontrados indícios de irregularidade. “No que foi apurado, nos documentos que foram coletados e estão no auto do processo, nas pessoas que foram ouvidas, não houve indicativo de que houve omissão. De que ele tivesse reclamado, sentido dores e não sido atendido. Isso não foi observado no procedimento administrativo”, afirmou.

A advogada da mãe de Briner terá acesso aos autos do processo administrativo. O delegado Eduardo Menezes ressaltou que a investigação policial está avançada e que em alguns meses ou semanas poderá dar um resultado sobre o que motivou a morte do jovem.