Palmas debate hábitos culturais em lançamento da pesquisa Cultura nas Capitais

A JLeiva Cultura & Esporte apresentou em Palmas (TO) os resultados da pesquisa Cultura nas Capitais, o maior raio-x sobre os hábitos culturais dos moradores das metrópoles brasileiras. O estudo revela o perfil de quem frequenta cinemas, teatros, museus, shows e festas populares, destacando tanto a diversidade quanto as desigualdades no acesso à cultura.

O encontro, aberto ao público e com inscrições gratuitas, reuniu gestores, produtores e artistas locais em duas mesas de debates.

Desigualdade e diversidade no acesso

A primeira mesa trouxe o tema “Acesso à cultura nas capitais: Desigualdade e diversidade” e contou com a presença de Cícero Belém Filho (Coordenador do Escritório do Ministério da Cultura no Tocantins), Luara Aquino (Presidente da Fundação Cultural de Palmas).

Para Luara Aquino, os dados reforçam a necessidade de articulação entre diferentes esferas de governo:

“A pesquisa reflete a realidade e a estrutura que a cidade oferece. Com a busca de parcerias entre o governo federal, estadual e municipal, podemos melhorar estes índices”, afirmou.

Já Cícero Belém destacou a queda preocupante no acesso ao teatro em Palmas:

“Estou observando nos dados de Palmas, TO, uma queda nos acessos ao teatro, mas feliz com a força das festas populares no município.”

O dado se conecta à realidade do setor: o maior teatro do Tocantins (o Teatro Fernanda Montenegro, do Espaço Cultural) está fechado desde 2019, há seis anos, sem previsão de reinauguração, o que impacta diretamente na pesquisa.

A desigualdade educacional também aparece como um dos principais gargalos, já que pessoas com mais anos de estudo registram maior participação em atividades culturais.

Música, espaços e eventos em Palmas:

A segunda mesa, “Hábitos culturais em Palmas: Música, espaços e eventos”, reuniu Erval Benmuyal (produtor cultural), Justino Vettore (produtor e diretor de teatro) e Liu Moreira (bailarina e produtora).

Os convidados discutiram a cena cultural da capital, a ocupação de espaços e a valorização de eventos locais. Festas como o Arraiá da Capitá se consolidam como um dos principais marcos culturais de Palmas, enquanto outras linguagens enfrentam desafios estruturais.

Vozes da diversidade cultural

O encontro também deu espaço para representações culturais diversas. Ana Cléia, presidente da Associação dos Ciganos da Etnia Caline do Tocantins, fez um apelo pela inclusão:

“Para nós, ciganos, a cultura é o resgate da nossa própria identidade, de um povo. Somos um povo que tem como característica a comunidade, e a cultura é a base dela, mas não vemos nenhum apoio aos povos ciganos.”

Um retrato necessário

A pesquisa Cultura nas Capitais oferece dados inéditos sobre o comportamento cultural em Palmas e em outras capitais brasileiras, permitindo compreender desafios e oportunidades para políticas públicas e para o setor criativo.

A íntegra do levantamento pode ser consultada no site oficial: culturanascapitais.com.br e no portal do Ministério da Cultura: gov.br/cultura.