Não, você não leu o título errado.

A nova geração de videogames pode estar marcada, no papel, para o fim de 2020, data prevista para o lançamento do próximo Xbox, mas ela começa de fato em abril do próximo ano, quando (salvo atrasos) Cyberpunk 2077 chegar às lojas para PlayStation 4Xbox One e PC.

O estúdio polonês, que quebrou paradigmas nesta geração com The Witcher 3, promete repetir a dose com seu próximo game, caso seja entregue tudo o que vimos em uma demonstração de 50 minutos, a portas fechadas, durante a E3 2019.

Ao contrário da demo da E3 2018, mais focada em combate e em uma exposição introdutória a Night City, esta segunda sessão foi mais focada na liberdade de ações, de opções de diálogo e em suas consequências.

A demonstração mostrou uma missão na qual o protagonista V, em busca de mais informações sobre o misterioso chip que está em sua cabeça, procura Brigitte, chefe de uma gangue intitulada Voodoo Boys (que existe no jogo original de tabuleiro, Cyberpunk 2020).

Para chegar até ela, no entanto, é preciso realizar uma missão para o grupo: invadir um supermercado dominado por outro grupo, os Animals, e interceptar informações de uma caminhonete.

Só o momento de aceitar a missão já vale a descrição e o comentário. Os Voodoo Boys ficam em Pacifica, uma área de Night City que já foi rica, mas acabou abandonada pelo governo e pelas corporações, tornando-se um antro de crime e perdição.

Ao encontrar Placide, seu contato da missão, vocês começam a andar pelo local onde os Voodoo Boys ficam, um mercado clandestino instalado em um antigo shopping center, é, assim como os outros ambientes já divulgados publicamente de Night City, repleto de vida.

Pessoas conversam o tempo todo, em créole haitiano (com uma ferramenta estilosa que traduz as legendas gradativamente para o inglês), e vão interagindo com Placide a medida que vocês passeiam. Seguindo a estética do “high tech, low life” comum ao gënero, o ambiente é uma mistura decadente de tecnologia e pobreza, metal e carne, neon e sujeira.

É um mundo com um nível de detalhe nos NPCs, nos comércios e nas ruas que eu vi poucas vezes nesta geração. Talvez a única comparação possível seja Red Dead Redemption 2, e ainda assim com uma escala superior ao do game da Rockstar.

A demo passeia por algumas lojas da região, na qual é possível comprar roupas e customizar o visual do seu personagem, além de comprar um chip necessário para a execução da missão.

O sistema de compra de objetos dentro do game dependerá, além, é claro, do dinheiro, de um atributo chamado Street Cred, que aumenta assim como o nível do personagem e vai desbloqueando itens nas lojas.

Os diálogos também foram objeto de intensa exposição na demonstração. As opções do que falar durante uma conversa já são grandes por padrão, mas várias linhas são desbloqueadas de acordo com as habilidades do seu personagem e as circunstâncias do cenário.

Um exemplo: durante a negociação com Placide para a execução da missão ele segura o braço de V para fazer uma conexão neural entre o cérebro do protagonista e a rede dos Voodoo Boys. Conectar-se a uma máquina sem consentimento é tabu no mundo de Cyberpunk 2077, então, quase como um quick time event, o jogo deu a opção de recusar a ligação, e em seguida deu a opção de seguir em frente, relutantemente, ou abortar a missão.

Os produtores da CD Projekt RED continuaram com a missão, nos levando (em uma estilosa motocicleta) ao supermercado abandonado que devíamos nos infiltrar. O local era tomado pelos Animals, uma gangue que injeta no corpo uma substância que os torna hipermusculosos e, portanto, portadores de força e velocidade sobrehumanas.

Como já foi explicado anteriormente, Cyberpunk 2077 não terá classes definidas. Você poderá moldar seu protagonista da maneira que quiser (e a árvore de habilidades foi brevemente mostrada, com muitas opções).

Entretanto, para propósitos de demonstração, a CDPR alternou entre duas builds diferentes de personagem: uma, masculina, focada em hackear, e outra, feminina, bombada em atributos de força e combate.

A ideia era mostrar os diferentes tipos de abordagem que podem ser tomados de acordo com cada momento de gameplay. Obviamente, o V focado em hackear se saiu melhor ao desabilitar câmeras e sistemas de segurança, mas certas portas ele não conseguiu abrir. A V focada em força, por outro lado, rasgou a porta de metal como se fosse papel.

No combate, ambas as builds mostraram também seu valor. Ao chegar na caminhonete, foi necessário enfrentar os Animals. A V mais focada em combate conseguia bater de igual para igual com aqueles humanos ultrapoderosos. Já o V masculino podia hackear partes de seus corpos para, por exemplo, fazê-los se enforcarem com o próprio braço. Com tantas opções, o tiroteio acabou ficando em segundo plano, mas vimos alguns tipos de armas diferentes em ação, como metralhadoras e pistolas.

A demo se encerrou com um twist: um segundo hacker, agente de um grupo chamado NetWatch (uma espécie de polícia do ciberespaço), tentou afastar V do local. Quando os dois se encontraram, o agente alertou que V estava sendo usada pelos Voodoo Boys e morreria após completar a missão. Daí, havia a opção de acreditar nele e voltar-se contra Placide, ou hackeá-lo e fazer os Voodoo Boys acessarem a rede da NetWatch, completando o que Placide pediu.

Como em todo jogo da CDPR, as ações tem consequências às vezes inesperadas, e V hackeou o guarda. Entretanto, o guarda estava certo: no momento do hack, os Voodoo Boys enviaram uma onda que fritou os cérebros de todos os agentes ligados à rede – e V. Entretanto, o protagonista acabou salvo por Johnny Silverhand, o personagem vivido por Keanu Reeves. Após sobreviver a tentativa de assassinato, V conseguiu o que queria: o encontro com Brigitte.

Agora é esperar até abril de 2020 e ver como se desenrola essa história.

Fonte: The Enemy

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