“Descobrimos o diabetes na Ana Lívia quando ela tinha nove anos de idade. Ela começou a perder peso rapidamente e aí quando conversei com a pediatra dela sobre a minha preocupação, a médica já pediu todos os exames possíveis. Posso dizer que não foi fácil, mas com o tempo a gente até vai se organizando”. Esse é o relato da MC’Lainy Silva, mãe da Ana Lívia Costa, de 12 anos, que possui diabetes.

A mudança na rotina de vida da adolescente foi o passo inicial que toda a família fez para apoiar a readaptação alimentar após a descoberta da doença. “O mais difícil que eu acho é a questão de que tudo que ela vai comer precisa levar uma agulhada pra saber como anda a taxa de insulina. A gente teve que mudar totalmente a rotina! E a família toda acompanha. Então a gente come, por exemplo, pão integral, muita salada, proteínas… só liberamos um pouquinho a mais no fim de semana, que é quando a gente toma sorvete ou come uma pizza, sempre com mais opções de proteínas”. 

Hoje, 26 de junho é celebrado o Dia Nacional do Diabetes, doença crônica causada pela produção insuficiente ou má absorção da insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. No Tocantins, os dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB/2023) mostram que 109.094 pessoas convivem com a enfermidade que pode ser classificada como tipo 1, tipo 2 e gestacional. “É muito importante que a população se previna contra o diabetes, justamente pelo fato que a doença é irreversível, ou seja, uma vez diabético, sempre diabético! Então se não houver o controle, a pessoa pode inclusive ter complicações”, comentou o médico especialista em saúde da família da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), Diego Noleto.

Os principais sintomas do diabete são fome, sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. E além dos fatores genéticos e a ausência de hábitos saudáveis, existem outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como a pressão alta, colesterol alto, sobrepeso, genética familiar, entre outros.

A prática regular de atividades físicas e uma boa alimentação são um dos comportamentos saudáveis que as pessoas devem ter para evitar e controlar não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas também. “Com certeza a alimentação traz um desempenho importante contra a doença, pois isso ajuda a baixar os níveis de açúcar no sangue. Comer menos carboidratos e se possível ser orientado por um profissional de saúde é necessário”, acrescentou o médico especialista em saúde da família da SES-TO, Diego Noleto.

“As pessoas necessitam entender que precisam ir ao médico, fazer exames por completo, para verificar como anda o seu corpo por inteiro! Tanto a questão do açúcar, como do carboidrato também vira açúcar e gordura, então é preciso cuidar!, acrescenta MC’ Lainy Silva.

 

Diabetes tipo 1

Esse tipo de diabetes se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a doença devem fazer exames regularmente para acompanhar a glicose no sangue.

Diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 está diretamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados.

Medicamentos distribuídos pelo SUS

Para tratar o diabetes, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicamentos de graça. São seis medicamentos financiados pelo Ministério da Saúde e liberados nas farmácias credenciadas.

Além disso, os pacientes portadores da doença são acompanhados pela Atenção Básica e a obtenção do medicamento para o tratamento tem sido fundamental para reduzir os desfechos mais graves da doença.

Desta forma, os doentes têm assegurado gratuitamente o tratamento integral no Sistema Único de Saúde, que fornece à população as insulinas humana NPH – suspensão injetável 1 e insulina humana regular, além de outros três medicamentos que ajudam a controlar o índice de glicose no sangue: Glibenclamida, Metformida e Glicazida.

Foto/ Nielcem Fernandes