Maju Cotrim
O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas fez uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, 18, para falar sobre os decretos municipais e o lockdown determinado pelo governo do Estado na cidade.
Ele disse que a intenção era tirar dúvidas entre os dois decretos em vigor na cidade, o dele e o do governador Mauro Carlesse. “Não há e nunca houve em nenhum momento algum tipo de posicionamento divergente do prefeitos de Araguaína com o governo do Estado em relação a Covid. Deixei muito claro desde as primeiras medidas até cobrando uma posição sobre a omissão naquele momento do governo”, disse.
“Fui até criticado em alguns momentos, critiquei também a omissão e finalmente 60 dias depois o governo do Estado toma a primeira decisão efetiva sobre o que pode ou deve ser feito no Tocantins”, disse.
O gestor disse que á nível nacional o processo está politizado. “Estamos vivenciando um realidade onde Bolsonaro de um lado, radicais do outro e o povo de bem no meio”, disse.
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“É preciso que as divergências não se sobreponham aos interesses da população”, defendeu.
Ele disse que as ações maiores precisam partir do governo do Estado na cidade, o que segundo ele não aconteceu.
“Esses 60 dias foram destinados para que a rede estadual fosse estruturada… o que é que foi feito em 60 dias? O que ampliou de fato em 60 dias? O governo do Estado conseguiu única e exclusivamente implantar 10 leitos novos”, disse.
Segundo ele, há 45 dias atrás na reunião com o secretário de saúde o apontado seria no mínimo mais 40 leitos para a região norte. “Neste período todo aqui em Araguaína temos apenas 10 leitos”, criticou.
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“A rede de saúde não conseguiu se estruturar aqui na região macronorte, nós não ficamos esperando” disse.
Dimas disse que o município conseguiu articular mais leitos que o Estado nas principais unidades da cidade além da estrutura das UPAs. “Saímos do zero para termos hoje 67 leitos na cidade que estão atendendo toda a reunião, destes são 29 de UTI”, disse. Segundo ele, apenas 10 foram implantados pelo Estado.
Ele citou os 10 respiradores que o senador Eduardo Gomes conseguiu para a cidade através do suplente Ogari Pacheco.
O prefeito falou que a cidade pode ter mais de 71 novos leitos. “Isso da para implantar num prazo curto, precisa e de trabalhar e não de falar”, alfinetou.
“Enquanto a cigarra canta, as formiguinhas trabalham. Onde está o planejamento de aumento dos leitos hospitalares? O que vai acontecer?”, cobrou sobre o Estado.
Araguaína é a cidade com mais casos de Covid no Estado.
Dimas disse que se não for dinheiro do Estado ele vai ter que tirar de outros lugares para reforçar o combate da Covid. “Não dá para falar que não tem dinheiro e não fazer nada”, disse.
Dimas citou ainda outras ações contra a Covid. “Araguaína foi a primeira cidade a adquirir testes”, disse. A cidade também foi a primeira a obrigar o uso de máscaras.
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Ele chegou a dizer que “não há nada sendo varrido para debaixo do tapete aqui em Araguaína”, disse.
“Nossa posição sempre foi de respeitar a hierarquia e ajudar em todos os sentidos para que a estruturação das redes possa ajudar os tocantinenses”, disse.
“Se não fosse o auxílio do governo federal nós dificilmente estaríamos conseguindo fazer o que fizemos”, disse.
Decretos
Sobre os decretos, Dimas disse que o decreto da prefeitura permite comércio online e o do Estado não.
Questionado pela Gazeta sobre a projeção da doença na cidade ele disse que não há como precisar se já está no pico na cidade. Segundo ele, no início do próximo mês a curva pode abaixar e com isso abriria espaço para diminuir as restrições. Maioria dos internados são da cidade, segundo ele.
Volta das aulas
O prefeito disse que 31% das residências de alunos da cidade tem idosos e alguma comorbidade. Ele disse que o retorno será gradual. Atividades virtuais serão encaminhadas para os alunos.
O Estado
A Gazeta vai solicitar uma resposta da secretaria estadual sobre a cobrança do gestor. Nesta segunda-feiras 18, O secretário Edgar Tollini disse que o Estado trabalha no aumento dos leitos e aguarda apoio do governo federal.