Brasil atinge 17,7 milhões de apostadores esportivos em cassinos

Cerca de 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas esportivas no primeiro semestre de 2025, segundo dados divulgados pelo Ministério da Fazenda. Desde a regulamentação do cassino online no início do ano, 78 empresas foram autorizadas a ofertar apostas de quota fixa no país, somando 182 plataformas regulamentadas em operação.

Entre janeiro e junho de 2025, a receita bruta total (Gross Gaming Revenue – GGR) das empresas autorizadas alcançou R$17,4 bilhões. Nesse mesmo período, a arrecadação federal com tributos sobre apostas esportivas somou R$3,8 bilhões, incluindo IRPJ, CSLL, PIS/Cofins e contribuições previdenciárias, além dos 12% destinados a ações sociais previstas na legislação.

O Ministério da Fazenda também informou a arrecadação de R$2,2 bilhões em outorgas pagas pelos operadores de cassino online e R$50 milhões em taxas de fiscalização. Paralelamente, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) removeu 15,4 mil sites ilegais de apostas entre outubro de 2024 e junho de 2025. 

Esses números reforçam o papel econômico da regulamentação, além de um público engajado e diversificado. Um levantamento feito por um cassino online indica que 71% dos apostadores são homens e 28,9% são mulheres, conforme dados da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA). Entre os participantes, a faixa etária de 25 a 40 anos concentra 42,1% dos jogadores, seguida por 24,6% com idades entre 41 e 56 anos e 21,2% entre 18 e 24 anos. Apenas 0,6% têm mais de 76 anos.

Em relação à renda, as classes C1 e B1 representam 47% dos apostadores online no Brasil, com destaque para a classe média e média alta, que responde pela maior parte dos usuários ativos. A presença crescente desse público no ambiente digital também reflete a ampliação da oferta de cassinos online e plataformas de entretenimento virtual após a regulamentação do setor.

Debate sobre novas restrições

Durante audiência na Subcomissão Permanente de Regulação de Apostas Esportivas, o Ministério da Fazenda manifestou apoio ao Projeto de Lei 2.842/2023, do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), que pretende proibir apostas em lances individuais de jogos, como escanteios, faltas e cartões. A medida busca reduzir riscos de manipulação de resultados e proteger os consumidores.

A coordenadora de Jogo Responsável da SPA, Letícia Soeiro, destacou que limitar esse tipo de aposta “pode ajudar a proteger não só os consumidores, mas também o mercado regulado”. Segundo ela, a manipulação de eventos esportivos é um risco real em apostas muito específicas. Entretanto, vale ressaltar que proibir determinados tipos de apostas não elimina o problema, mas tende a direcionar os apostadores para sites ilegais, fora do alcance da fiscalização nacional. Para eles, o caminho mais eficaz é o fortalecimento das regras de compliance em cassinos online, auditoria e monitoramento das plataformas licenciadas, garantindo que o ambiente regulado seja seguro, transparente e competitivo.