Onze pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta do Hospital Geral de Palmas (HGP) encontram-se desassistidos quanto à alimentação enteral e paraenteral, enquanto nove pacientes da mesma UTI não vêm recebendo os medicamentos prescritos pelos médicos, segundo foi constatado em vistoria realizada por representantes do Ministério Público Estadual (MPE) e da Defensoria Pública, na tarde da segunda-feira, 6.
Além da falta dos medicamentos e dos componentes da dieta especial para os pacientes de UTI, também foi constatada a ausência de materiais básicos, como gazes, esparadrapos, compressas para banho, papel toalha, sabão, termômetros e estetoscópios.
Ainda foi comprovada a falta de lençóis limpos na Unidade de Terapia Intensiva do HGP, de modo que algumas destas peças precisam ser reutilizadas pelos pacientes.
Segundo foi apurado, a falta de lençóis limpos, de materiais de higiene e materiais para curativo tem levado a um aumento considerável no número de pacientes portadores de bactérias multirresistentes. Atualmente, 14 dos 24 pacientes da UTI Adulto portam esse tipo de bactéria, equivalente a uma proporção de 60% dos internos. As bactérias multirresistentes são de difícil tratamento com antibióticos.
Sobre a dieta especial para os pacientes de UTI (dieta enteral e paraenteral), foi obtida a informação oficial de que as aquisições realizadas pelo Estado do Tocantins não seguem a padronização orientada pelo serviço de nutrição clínica. Desse modo, mesmo quando existem os elementos para a dieta, os pacientes não são nutridos adequadamente, tendo seu tratamento médico comprometido.
De acordo com a Promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery, as informações levantadas na vistoria serão acrescidas a duas ações judiciais já propostas pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública, as quais questionam a falta de dieta adequada para os pacientes da UTI do HGP e as problemáticas da rede hospitalar do Estado do Tocantins. Outras providências serão discutidas em reunião já agendada pelos autores das ações, uma vez que essas matérias encontram-se judicializadas.
Dona Regina
Após a vistoria à UTI Adulto do HGP, os representantes do MPE e da Defensoria Pública dirigiram-se ao Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR), para averiguar questões relacionadas à taxa de ocupação de leitos, abastecimento com insumos e medicamentos e lavagem da rouparia. No local, foi levantada a informação de que houve problemas temporários apenas quanto à lavagem da rouparia, serviço que foi transferido para a lavanderia do HGP até ser efetivamente solucionado, com a adequação da máquina de lavar do HMDR e da quantidade dos produtos a serem utilizados para a devida esterilização dos lençóis.