Polícia

Justiça mantém sentença de 17 anos de prisão para policial civil condenado por assassinar jovem e tentar matar dono do bar

Briga foi registrada por câmeras de segurança do bar — Foto: Reprodução
Briga foi registrada por câmeras de segurança do bar — Foto: Reprodução

A Justiça manteve a sentença de 17 anos, dois meses e sete dias de prisão para o ex-policial civil Wesley Moreira da Silva Feitosa, de 44 anos, condenado por uma morte e uma tentativa de homicídio durante uma briga de bar em Palmas. A condenação é de março de 2023 e a defesa recorreu do resultado, sendo que o recurso foi negado nesta terça-feira (28).

 

Briga foi registrada por câmeras de segurança do bar — Foto: Reprodução

 

O crime aconteceu no dia 3 de setembro de 2016, em um estabelecimento da quadra 904 sul. O estudante José Elias Bandeira Lopes, de 22 anos, não se envolveu na briga, mas foi atingido com um tiro e morreu no local. O dono do bar, Ailton Alves de Araújo, ficou gravemente ferido.

Em nota, o advogado de Wesley, Clemon Lopes Campos Júnior, informou que a defesa respeita a decisão da 1ª Turma da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), que julgou o caso, mas que discorda do entendimento. Destacou que o ex-policial agiu após ser agredido e que não tinha intenção de matar. Também informou que a defesa vai recorrer (veja nota na íntegra no fim da matéria).

A câmera de segurança do bar registrou toda a ação. Na época, foi apurado que a discussão começou após um desentendimento pelo preço da bebida. Wesley, sob efeito de álcool, tentou passar para trás do balcão. Nesse momento, Ailton teria pegado um facão e o policial apontou uma arma para ele.

As filmagens mostraram a confusão que teve início após o desentendimento. José Elias Lopes levantou de uma das mesas do bar e ao tentar se afastar da briga foi atingido por um tiro e morreu. O policial ainda disparou contar o sobrinho do dono do bar, mas não o atingiu.

Ailton também foi atingido por um tiro e por uma bola de sinuca na boca. O filho dele tentou segurar o então policial civil, mas não conseguiu impedir os disparos.

Uma pessoa acertou Wesley com um taco de sinuca e depois que ele caiu no chão, outras pessoas o agrediram com cadeiras e chutes. Mas momentos depois amigos o tiraram do local. Ailton foi socorrido e passou por duas cirurgias. Uma bala ficou alojada no pulmão dele.

Em março de 2023 a Justiça o condenou à pena de mais de 17 anos de prisão, mas a defesa entrou com recurso de apelação.

 

Tribunal de Justiça nega recurso

 

De acordo com o Tribunal de Justiça, a defesa pediu a anulação do julgamento alegando ‘ausência de elaboração de quesito obrigatório sobre a existência de dolo e cerceamento de defesa’. Também pediu reforma na sentença e redução do tempo de prisão.

Como Wesley perdeu o cargo público de policial civil, a defesa dele também pediu que isso fosse revisto.

Entretanto, em julgamento nesta terça-feira (28), a 1ª Turma da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJTO) rejeitou os pedidos, a relatora do caso é a desembargadora Jacqueline Adorno, que foi acompanhada pelo desembargador João Rigo Guimarães e o juiz convocado Márcio Barcelos, que substituiu o desembargador Helvécio de Brito Maia Neto.

A relatora destacou, na decisão, que é impossível anular o julgamento diante das provas constantes nos autos e que a pena foi ‘devidamente valorada’. Também afirmou que a perda do cargo público diz respeito ao artigo 92 do Código Penal, que tem efeito e em casos de condenações com pena de prisão acima de quatro anos.

 

(Fonte: g1 Tocantins)