Maju Cotrim- Jornalista e Editora Chefe

Palmas viveu um dos Carnavais mais movimentados após anos sem uma festa oficial voltada para blocos e festividades da época do ano. Não se trata de uma disputa de públicos ou qual é melhor que o outro: se trata da voz e presença das ruas que mostraram que o folião palmense quer sim se esbaldar de uma festividade saudável de rua.

O palmense quer sim vestir uma fantasia, arrumar as crianças e ir na Avenida Pular Carnaval ( e são tantas em Palmas para isso). Assim como muita gente faz questão e não abre mão de subir a serra e experimentar aquela experiência ímpar em Taquarucu com aqueles blocos na rua, circo e muita gente exalando alegria. Palmas respirou Carnaval neste Carnaval.

Somando iniciativas particulares de estabelecimentos e a de grupos foram varias opções em Palmas. Na Pista do antigo aeroporto a semente foi plantada para um Carnaval aberto à toda a família, para todos os públicos, revivendo sucessos que fazem os Carnavais… foi algo simples e que já pegou.

No Mujica foi uma efervescência de jovens, de fantasias criativas, teve gostos e credos se somando numa festa que tomou a rua num verdadeiro mar de gente (Como mostra a foto da capa desta matéria). A alegria tomou conta da rua inteira: um evento sem investimento financeiro público e que ultrapassou as barreiras de blocos: virou uma programação que muita gente quis passar por lá, ver, sentir…

Teve bloco levantando questões sociais, mulheres defendendo seus direitos e muita gente aproveitando para mandar o recado ali no meio da folia.

Há demanda para uma festa popular de rua em Palmas, fomentando os blocos, os encontros, as famílias, a juventude… não só os foliões ganham com isso ou se beneficiam com festa: a cidade ganha também! A voz das ruas dos últimos dias mostrou que não basta só os alvarás (que são primordiais e o ponto de partida vital para que as festas aconteçam com segurança), é preciso parceria institucional. Apuramos nos bastidores que podem vir novidades por aí sobre isso e que a atual gestão municipal pode estudar e viabilizar a partir do próximo ano recursos financeiros para fomentar os blocos ou até quem sabe pensar em fazer um Carnaval fora de época que a própria prefeita Cinthia Ribeiro não descartou fazer durante entrevista coletiva há duas semanas. Aliás…ao contrário do que alguns falaram, abertamente ela sempre disse que não era contra!

Outra coisa: o evento Palmas, Capital da Fé também teve sucesso de público como todos os anos. Ou seja, houve opções para diversos públicos.

Não se trata de ser contra evento A ou B… se trata da autoestima cultural e popular da cidade. Com vontade administrativa, planejamento e envolvimento de vários setores é possível sim contemplar a voz das ruas que mostra a vontade do palmense de festejar o Carnaval.

As coisas que fazem bem à cidade não devem nem precisam ser motivos de queda de braço, pelo contrário, devem estimular a união e organização dos esforços em torno das ideias. E organizar em conjunto fomentando a economia, segurança e bem estar social do Palmense que quer curtir é bem melhor. Uma cidade composta de ampla diversidade como Palmas não precisa ficar presa a um tipo ou jeito de festividade ou evento.

Precisa de análise e planejamento, é claro, mas tudo isso é perfeitamente possível…

E no fim: teve quem carnavalizou em Palmas! E são muitas as possibilidades futuras desse movimento crescer e se fortalecer ainda mais!

(Foto do perfil de Augusto Brito)