O Conselho Federal de Medicina (CFM) recebeu 1.563 denúncias de médicos que atuam no combate ao novo coronavírus que relatam a falta de recursos básicos tanto para detectar a doença quanto para atender os pacientes. No total, os profissionais apontaram quase 17 mil inconformidades.

Os dados, coletados entre 30 de março e 6 de maio, foram divulgados nesta sexta-feira (15) e fazem parte do primeiro levantamento feito pelo CFM após o lançamento de plataforma online exclusiva aos médicos com inscrição nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). A maior parte das denúncias diz respeito a hospitais (930); as outras referem-se a serviços de atenção primária ou de pronto-atendimento.

A principal reclamação dos médicos é a ausência de equipamentos de proteção. Em todos os formulários, os médicos reclamaram de falta de máscaras N95 ou equivalentes. Em 1.417 ocorrências foi assinalada a falta de aventais, em 1.215 a ausência de óculos ou protetor facial e em 1.038 a carência de máscaras cirúrgicas.

Veja:DIY: Máscara caseira como fazer

Do total de reclamações, 937 apontaram carência de testes para a Covid-19, 974 a falta de recursos humanos, 697 a ausência de medicamentos. Os médicos relataram também a insuficiência ou completa ausência de kits de álcool gel ou 70% (702 denúncias) e de outros produtos básicos de higiene como papel toalha (441 denúncias), sabonete líquido (396 denúncias) ou desinfetante (240 denúncias). Outro ponto preocupante para os médicos é a dificuldade no acesso a leitos de UTI e de internação.

O levantamento do CFM avaliou ainda o perfil dos médicos que apresentaram seus relatos na plataforma de denúncia. O tempo médio de graduação é de 11 anos, sendo que mais de 60% possuem título de especialista. Na distribuição por idade, 69% dos denunciantes têm até 39 anos, 29% entre 40 e 69 anos e o restante mais de 70 anos. Do total, 56% eram do sexo feminino e 44% do sexo masculino.

fonte: Gazeta do Povo