Pesquisa mostra que alterações no clima do planeta são fator de segurança que mais preocupa as pessoas no mundo, seguidas do terrorismo e ciberataques, e indica aumento dos temores sobre a influência dos EUA.
As mudanças climáticas encabeçam a lista das maiores preocupações mundiais sobre segurança, à frente do terrorismo e dos ataques cibernéticos, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (11/02) pelo Centro de Pesquisas Pew, com sede em Washington.
As ameaças ao clima do planeta foram apontadas como a maior causa de preocupação pela maioria dos entrevistados em 13 dos 26 países onde a pesquisa foi realizada, incluindo o Brasil. O terrorismo islamista do grupo “Estado Islâmico” ocupa o topo da lista em oito países, e em outros quatro, incluindo os EUA, os ciberataques foram indicados como a principal causa de temores entre a população.
As preocupações com as mudanças climáticas vêm crescendo acentuadamente desde 2013, com aumentos de dois dígitos em pontos percentuais registrados pela pesquisa em países como os EUA, México, França, Reino Unido e África do Sul. No Brasil, o tema foi apontado como principal fator de preocupação por 73% dos entrevistados, seguido pelos temores em relação à economia global (66%) e dos ciberataques (61%).
Em média, 45% dos entrevistados nos 26 países disseram temer a influência global americana em 2018, revelando um aumento significativo em relação aos 25% que deram a mesma resposta em 2013. No ano passado, essa preocupação foi apontada por aproximadamente a metade das pessoas em dez países, inclusive na Alemanha, no Japão e na Coreia do Sul. Em 2017 esse temor fora registrado em sete países e em 2013, em apenas três.
Na Alemanha, as preocupações com o clima também figuram no topo da lista (71%), seguidas da ameaça terrorista (68%) e dos ciberataques (66%). A influência americana foi apontada como ameaça à segurança por 49% dos entrevistados.
Em entrevista à DW, Jacob Poushter, diretor do Centro de Pesquisas Pew e principal autor do estudo, afirma que os temores em relação aos EUA superaram as preocupações registradas nos anos anteriores em relação à Rússia e à China. “Isso representa uma mudança em relação a 2013, quando uma leve maioria das pessoas dizia que a Rússia e a China representavam uma ameaça maior do que os EUA. Essa é uma mudança muito acentuada”, observou.
Poushter ressaltou que, em 2018, uma quantidade significativamente maior de cidadãos americanos revelou preocupações com as mudanças climáticas, num aumento em 19 pontos percentuais desde 2013.
“É uma ameaça crescente para os americanos, assim como para os países europeus. A diferença é que, nos EUA, a divisão partidária é muito ampla, e os democratas são bem mais propensos a apontar as mudanças climáticas como uma grande ameaça do que os republicanos. Há uma diferença de 56 pontos percentuais, o que é muito grande.”
O Centro de pesquisas Pew entrevistou 27.612 pessoas em 26 países entre maio e agosto de 2018.
Fonte: DW made for minds