MP pressiona Câmara Municipal a anular contrato de R$ 80 mil por suspeita de sobrepreço

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) recomendou, nesta segunda-feira (17), a imediata declaração de nulidade do contrato de consultoria legislativa firmado pela Câmara Municipal de Alvorada, no valor de R$ 80 mil, voltado à reforma da Lei Orgânica e do Regimento Interno do Legislativo. O serviço foi contratado, sem licitação, com a empresa E D O Soares, sediada em Manaus, e está sob investigação.

Segundo a Promotoria de Justiça de Alvorada, foi identificado sobrepreço ao comparar o valor com o praticado por quatro câmaras municipais da região. O preço firmado em Alvorada superou de 78% a 128% os parâmetros das cidades vizinhas, revelando significativa discrepância.

O MP também apontou que a Câmara descumpriu a realização da pesquisa de mercado obrigatória, essencial para justificar a inexigibilidade de licitação e assegurar uma estimativa realista de valores. A ausência desse processo comprometeu a transparência e violou princípios de economicidade, eficiência e moralidade administrativa.

Após cobrança do MPTO e concessão de medida cautelar pelo Tribunal de Contas do Estado (TCETO), os pagamentos à empresa foram suspensos pela Presidência da Câmara. A recomendação do órgão, assinada pelo promotor André Felipe Santos Coelho, orienta que a suspensão seja mantida até a declaração definitiva de nulidade do contrato e cobra abertura de procedimento administrativo para apuração de responsabilidades dos envolvidos, particularmente pela falta de pesquisa de preços.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins