Por Ricardo Pisani

O Brasil é um país de contrastes, desde o extremo calor no nordeste até as áreas mais frias das regiões serranas do sul do país. Muitas vezes esquecemos o tamanho e a riqueza que temos espalhada por paisagens fantásticas e uma natureza que salta os olhos de todos que tem a oportunidade de vê–la.

Sou nascido e criado em Curitiba, até começar a lidar e trabalhar com vinhos e gastronomia pouco conhecia as joias que saem dos nossos rios para a nossa mesa, isso mudou graças a um amigo o qual vou contar um pouco a sua história.

No final da década de 80 empresários de Curitiba criaram um restaurante exclusivo para conversar sobre negócios longe do burburinho dos restaurantes tradicionais, um lugar aonde pudessem conversar discretamente e sem ouvidos alheios para atrapalhar, este virou uma escola referência no país no treinamento de chefs e equipe como: Sommeliers, Mâitres e garçons, entre estas pessoas vinha de Belém o hoje chefe executivo Adauto, tímido no começo mas a medida que ia se soltando começou a trazer as maravilhas da culinária amazônica a fria capital do Paraná.

Finalmente um mundo de sabores novos brasileiros se abriu diante de mim, Tucunarés, Pirarucus, Piraras além das frutas e temperos do norte do país me encantaram e a todos aqueles que os provavam, tanto que hoje se cria Pirarucu em cativeiro na região de Guaíra no noroeste do Paraná para abastecer os grandes restaurantes de São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre, et al… O encantamento foi tão grande que hoje Belém tem um restaurante eleito entre os melhores restaurantes da América Latina (Eleito pela conceituada revista Restaurant Magazine que classificou os 50 melhores restaurantes da América Latina), inclusive na frente de muitas casas famosas de outros centros mais notórios (Curitiba não teve nenhum).

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Pensando nisso hoje resolvi unir o Sul ao Tocantins aproveitando dois tesouros nacionais: o vinho das serras Gaúcha e Catarinense aos maravilhosos peixes que nadam pelas águas do Tocantins, desde a carne de sabor intenso do Tucunaré que combinariam muito bem com um Chaddornay e seu aroma e sabor forte de Maça verde e abacaxi e por que não até um suave Pinot Noir e sua framboesa, quem sabe o sabor mais leve da Cachara Casaria com a leveza de um Sauvignon Blanc e suas notas que muitas vezes além de frutas cítricas tem flores e minerais, já a pirara pode ser um pouquinho mais complicada mas quem sabe se acharmos um bom Riesling e seu damasco ou até dermos sorte de achar um Viognier com um bom sabor de pera pois aqui vamos precisar de um pouco mais de acidez para equilibrar bem o seu sabor.

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Em suma experimente o que mundo ainda vai descobrir: o sabor que este maravilhoso rio que corta Palmas (Rio Tocantins) possui, quando isso acontecer trará junto desenvolvimento e infraestrutura, isso seria apenas o começo de uma história de amor, para me despedir por enquanto lhes desejo uma coisa que meus ancestrais italianos sempre utilizaram o vinho para: convidar amigos a mesa e se reunir para se divertir sempre com a moderação que nossas ruas pedem, agradeço a todos o carinho de sua atenção.

Pra quem quiser conferir um pouco mais sobre os melhores restaurantes da América Latina é só acessar: http://www.theworlds50best.com/latinamerica/en/

Ricardo Pisani, Colunista da Coluna Cultura do Vinho é: Publicitário e auto didata em vinhos e enologia, transformado em produtor de vinho. O conhecimento iniciou em casa e na prática, com dois restaurantes abertos pela família. Anos depois participou da formação da Vinícola Pisani em Santa Catarina onde, presta assessoria hoje.

Ricardo Pisani, Colunista da Coluna Cultura do Vinho é: Publicitário e auto didata em vinhos e enologia, transformado em produtor de vinho. O conhecimento iniciou em casa e na prática, com dois restaurantes abertos pela família. Anos depois participou da formação da Vinícola Pisani em Santa Catarina onde, presta assessoria hoje.