“Eu sentia muita dor na cabeça, muito incomodo por conta de um caroço que apareceu na minha cabeça. Já estava preocupado porque não tinha previsão de fazer essa cirurgia, estava uma situação agonizante. Trabalho como lavrador e toda essa situação estava me trazendo muito sofrimento”.
Foi assim que o senhor Pedro Rodrigues da Silva, de 55 anos, um dos primeiros beneficiados com o programa Opera Tocantins no Hospital Geral de Palmas, que teve início no último final de semana, explicou seu caso de angústia a espera de uma cirurgia de retirada de lesão, em virtude um câncer de pele.
Ele sofria desde janeiro quando descobriu o câncer no couro cabeludo, ao perceber que a ferida não cicatrizava. Sr. Pedro trabalha como lavrador de fazendas, o problema de saúde estava comprometendo até mesmo seu desempenho. Satisfeito destacou que espera que tudo melhore a partir de agora. “A cirurgia foi muito tranquila, me senti muito bem estou de repouso, mas espero o quanto antes voltar a fazer minhas atividades”.
Assim como o senhor Pedro, mais de cinco mil pessoas aguardam por algum tipo de cirurgia eletiva, de média e alta complexidade no Tocantins. A professora de Miracema, região central do Estado, Rita de Cássia Silva, ficou feliz quando recebeu a ligação informando sobre a realização de sua cirurgia. Ela tem uma inflamação do nervo mediano da mão direita, o que tem lhe causado muita dor, desde 2014 quando foi diagnosticada com a Síndrome do Túnel do Carpo, problema que causa dormência e formigamento na mão e no braço causados por um nervo comprimido no punho.
A cirurgia foi solicitada em 2016, mas segundo ela, nessa época foi informado que ela entraria na fila de espera, mas sem previsão de ser atendida. “Eu nem esperava mais ser chamada, continuo sendo professora e sinto bastante dor, com a oportunidade da cirurgia achei maravilhoso, pra mim foi uma satisfação resolver um problema que me ajuda no trabalho, meu material de trabalho é a minha mão” disse contente, informando que sua cirurgia está prevista para acontecer nesse final de semana, em Porto Nacional.
O Programa
O Opera Tocantins foi instituído em abril deste ano e vai atender 5.547 pacientes em todo o estado com procedimentos cirúrgicos eletivos de média e alta complexidade. Serão atendidas pessoas que estão na fila de espera da Regulação da Saúde, algumas delas aguardando há mais de 4 anos.
Em Palmas, o HGP realizou as primeiras cirurgias no ultimo fim de semana, com a especialidade cabeça e pescoço. Três pacientes já foram atendidos. No decorrer desta semana 40 cirurgias ortopédicas estão aptas a serem realizadas no Hospital Regional de Porto Nacional.
Os procedimentos acontecerão nas 18 unidades hospitalares do Tocantins, concentrados em dias específicos e fora dos horários rotineiros de trabalho, aos sábados, domingos, feriados e dias de ponto facultativo. Durante a semana, ocorrerão no período noturno/madrugada, não podendo ocorrer na jornada ordinária nem em jornada adicional de hora extra de trabalho.
O secretário de Estado da Saúde, Renato Jayme, explicou que o programa faz parte da modernização na gestão da Saúde e representa um desejo da sociedade que clama por atendimento. “Nossa maior preocupação é reduzir as filas e levar, para a população, um atendimento rápido e eficaz naquilo que o cidadão precisa. Quem sofre com algum problema de saúde ou precisa realizar uma cirurgia não tem tempo para esperar”, reforçou.
Especialidades
Ao todo, a fila de espera por cirurgias eletivas conta com 5.547 pessoas. A especialidade com maior demanda é a Geral, com 1.669 pessoas. Em seguida, Ortopedia (1.035); Pediatria (984); Ginecologia (714), Cabeça e Pescoço (529), Urologia (438), Vascular (87), Mastologia (37), Otorrino (28), Plástica (24); Oncologia e Outros (2).
Adesão dos municípios
É necessário que os municípios façam a adesão ao mutirão, apoiando no encaminhamento dos pacientes, já regulados, às unidades hospitalares do Estado.
O prazo para essa adesão dos municípios depende do alinhamento e da manifestação de cada gestor municipal.
Os pacientes regulados estão sendo chamados para os procedimentos pré-operatórios, de acordo com cada especialidade e sua logística.
De acordo com as adesões dos municípios, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) disponibilizará a estrutura para a operacionalização dos procedimentos.
Por tratarem de cirurgias eletivas, o cronograma de atendimento seguirá o fluxo previsto pelo sistema de regulação, que atende a critérios estabelecidos pelas avaliações clínicas.