O ex prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (PL) se manifestou e se defendeu sobre a operação da Polícia Federal, desencadeada nesta quinta-feira, 17, em Araguaína, no norte do Tocantins.

Ele nega qualquer irregularidade e alega perseguição política. Veja a íntegra da explicação dele.

*NOTA À IMPRENSA*

A operação desta quinta-feira, 17 de agosto, em Araguaína expõe a banalização midiática e a clara perseguição política que tem me atingido e que indigna, revolta e fere o senso de justiça. A exemplo do que já ocorrera no ano passado, agora, novamente há cerca de um ano da eleição, estou sendo alvo de ilações sem qualquer sentido, com absoluta ausência de indícios e questionamentos que poderiam ser facilmente solucionados sem qualquer necessidade do que ocorreu hoje.

Resta claro que há setores influenciados pela política que querem rotular uma gestão transformadora de oito anos à frente da segunda maior cidade do Estado em algo nefasto. Todos os meus atos como gestor público ocorreram dentro da legalidade e observaram os bons princípios, como os de economicidade, qualidade e respeito à coisa pública.

A operação em questão tenta fazer ligação entre as locações de veículos realizadas pela Prefeitura de Araguaína e um dos veículos locados para a pré-campanha a governador, como se o mesmo fosse doação para minha pessoa. Um completo absurdo, pois ambas contratações ocorreram dentro do que rege a lei, inclusive com valores totalmente compatíveis ao mercado e até mesmo abaixo do que pagam outros órgãos públicos.

O carro em questão foi alugado legalmente e todos os pagamentos foram feitos mediante nota fiscal, via transferências bancárias, com comprovações feitas no processo anterior, e devolvido à locadora antes mesmo da eleição, o que derruba qualquer tese de vantagem ilícita.

*Repito! Tudo devidamente pago, com preços de mercado e notas fiscais!*

As tentativas por parte desses que me perseguem, utilizando antigos e venais métodos, inclusive confundindo o Judiciário e trabalhando arduamente para tentar sujar meu nome não vão ficar sem respostas. Já fui muito prejudicado no passado em um momento crucial de definições de alianças e, agora, esses setores voltam à carga.

Vou, com mais austeridade, buscar todas as opções necessárias para responder a esses abusos e injustiças que estão cometendo comigo.

*Ronaldo Dimas*
_Engenheiro civil e ex-prefeito de Araguaína_

 

A Operação

A operação denominada Trailhawk concentrou esforços em investigar uma suposta associação criminosa envolvida em práticas de fraudes a licitações, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Além do ex-prefeito, uma empresa e outras seis pessoas também estão sendo investigadas.

A apuração teve início em 2022, após a realização da operação Catilinárias, quando a PF cumpriu mandados relacionados a supostas fraudes no transporte escolar. Na ocasião, um carro avaliado em cerca de R$ 150 mil foi apreendido na residência de Ronaldo Dimas. O veículo estava registrado em nome da locadora de veículos Vitor Car, que havia sido contratada pelo município durante a gestão de Dimas.

A polícia alega que o automóvel poderia representar um pagamento indevido devido a supostas fraudes em licitação e superfaturamento em contratos firmados entre 2013 e 2020. As transações da Vitor Car com o município ultrapassaram a marca de R$ 9 milhões.

As investigações também levantaram que a empresa não apresentava capacidade operacional para fornecer os serviços contratados. Segundo a polícia, a Vitor Car não possuía funcionários, escritório, pátio ou mesmo uma presença online.