Um dos mandados de prisão foi cumprido na manhã desta segunda-feira, em Palmas – Foto: SSP

A Polícia Civil do Tocantins deflagrou na manhã desta segunda-feira, 23, a 2ª fase da operação “Rosetta” contra membros de uma organização criminosa. Objetivo é cumprir 22 mandados de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão em cidades do Tocantins, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A Polícia detalhou a hierarquia da facção após investigação. As principais lideranças atuantes no Tocantins, os chamados “Gerais”, foram presos na operação desta segunda-feira. Cita-se, dentre as figuras de maior envergadura, a prisão do “Geral do Estado, Geral do Progresso, Geral da Capital, Geral do Interior, Geral da Rua, Geral da Oeste, Geral Da Sul, Geral da Norte, Geral de Porto Nacional, o Salveiro, entre outros cargos.

Veja a hierarquia:

Geral do Estado: É mais alta representação da organização no Estado. É quem dita as ordens, convoca reuniões e decide em conjunto com a representação nacional a inclusão e exclusão de novos faccionados. Também dá direcionamentos e preside julgamentos de faccionadas ou não, quando infringem algumas das regras.

O Salveiro: responsável por repassar as informações – os vulgarmente conhecidos “salves”. É quem capta todas as informações em decorrência de fatos relacionados à facção, tais como: brigas, inserção ou exclusão de faccionados, relatórios, ordens emanadas e recebidas.

Geral de Capital: Responsável por repassar as atuações dos demais membros da facção para a alta cúpula da organização.

Geral do Interior: Responsável por repassar as atuações dos membros do interior para a alta cúpula da organização.

 

Geral de Porto Nacional: Responsável por repassar as atuações dos demais membros da facção na região de Porto Nacional para a alta cúpula da organização.

 

Geral da Rua: Responsável por repassar as atuações dos demais membros da facção para o geral da região em que atua.

 

Geral da Oeste : Responsável por repassar as atuações dos demais membros da facção para o geral da região especificada.

 

Geral da Sul: Responsável por repassar as atuações dos demais membros da facção para o geral da região especificada.

 

Geral da Norte: Responsável por repassar as atuações dos demais membros da facção para o geral da região especificada.

 

Geral do Progresso: Responsável por angariar recursos para a facção.

No Tocantins, os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Palmas, Paraíso do Tocantins, Cristalândia, Dueré, Aliança do Tocantins, Colinas e Araguaína. No Rio grande do Sul, uma pessoa foi presa na cidade de Taquara. E em São Paulo, as buscas foram feitas na segunda maior favela da zona leste de São Paulo, reduto da facção paulista na cidade.

Operação

A operação contou com a presença de cerca de 200 policiais civis. No Tocantins, participaram os efetivos da Diretoria de Repressão ao Crime Organizado (DRACCO) e das divisões a ela subordinadas como as DEICs de Palmas, Paraíso do Tocantins, Gurupi e Araguaína; Delegacias de Polícia de Cristalândia, Dueré, Aliança do Tocantins e Colinas. Além dos efetivos do Grupo Operacional Tático Especial (GOTE) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). No Rio Grande do Sul, a participação foi dos policiais do setor de investigações da Delegacia de Taquara e das delegacias de Parobé, Igrejinha e Três Coroas. Em São Paulo, o apoio ficou por conta dos policiais civis da 5ª Delegacia de Investigação sobre Roubos a Bancos.

O nome Rosetta refere-se à Rosetta Cutolo, irmã de Rafaelle Cutolo, chefe da Nuova camorra Organizatta, uma facção criminosa de atuação na Itália. Rosetta teria orquestrado, em 1978, a fuga com requintes de ficção cinematográfica a fuga de seu irmão de uma unidade hospitalar psiquiátrica. Até aquele momento, não se tinha registros da participação feminina em altos cargos de decisão e gerenciamento de organizações criminosas. O nome foi mantido nesta segunda etapa da investigação porque a partir das prisões das mulheres em outubro chegou-se à cúpula masculina presa hoje.

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