Quando você pensa em um clássico vestidinho preto, imagina Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo? Se falarmos no vestido da Marilyn, você prontamente vai lembrar da cena do metrô, com o look branco esvoaçante? E o vestido da vingança da Lady Di, lembra? Esse é o poder de um vestido icônico, que marca não só uma carreira e um rosto, como um momento na história.
Não precisa nem ser tão envolvido com a indústria da moda para conhecer de cabeça alguns dos vestidos que entraram para a história. Aqui, Vogue Brasil reúne 16 deles, revelando curiosidades por trás de cada peça.
O vestido branco de Marilyn Monroe em O Pecado Mora ao Lado, de 1955
Poucas cenas são tão icônicas quanto Marilyn Monroe e seu vestido branco esvoaçante levantado pelo vento dos metrôs de Nova York em O Pecado Mora ao Lado, de Billy Wilder, lançado em 1955. Parte do apelo da cena que ficou marcada na cabeça mesmo de quem não viu o filme (mas conhece a imagem) fica por conta do vestido pregueado branco.
Embora William Travilla sempre tenha sido apontado como o estilista por trás da peça, Diana Vreeland desmentiu o fato em seu livro com Dale McConathy, em que a dupla afirmava que o vestido foi comprado pronto por Travilla.
O vestido original foi leiloado em 2011 e atingiu a impressionante cifra de US$ 4,6 milhões.
O little black dress Givenchy de Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo”, de 1961
Vestido preto mais famoso da história e um dos vestidos mais icônicos do século 20, a peça foi assinada por Hubert de Givenchy, amigo íntimo e grande parceiro da atriz ao longo de toda a sua carreira. Sinônimo absoluto de elegância atemporal e clássica, o look firmou o “vestidinho preto” como básico que toda mulher deve ter no armário. A peça original foi leiloada em 2006, por um valor entre £ 50 e 70 mil.
O vestido de franjas de Tina Turner nos anos 70
O que era conhecido até então como “flapper dress”, ou vestido de melindrosa, virou o “vestido da Tina Turner” desde que a Turner usou a peça pela primeira vez nos anos 70 para cantar Proud Mary ao lado do marido, Ike Turner, em uma apresentação histórica. O look curtíssimo que ela usava em seus shows se firmou como possivelmente o mais icônico de sua carreira. Desde então ela usou diversas versões da peça – inclusive uma assinada por Azzedine Alaïa.
O vestido de noiva de Madonna no VMA de 1984
Ou a noite que transformou Madonna em uma estrela mundial, provocante, desafiadora e ícone eterno da cultura pop. O look de noiva meio punk usado por Madge para cantar Like a Virgin no palco da premiação ecoou ainda mais as críticas de que cantora era sexy demais, ousada demais. O maior símbolo da pureza aliado a uma performance em que ela rolava no chão e cantava sobre se sentir uma virgem? O ponto de partida perfeito para todas as polêmicas que se seguiriram em sua carreira.
O vestido Union Jack de Geri Halliwell no Brit Awards de 1997
Feito a partir de uma toalha de mesa, o vestido que a Ginger Spice usou no Brit Awards de 1997 se tornou o símbolo absoluto das Spice Girls e entrou para o Guinness como a peça de roupa de popstar mais cara já leiloada, quando foi vendida em 1998 por mais de £ 41 mil.
O vestido de cisne de Björk no Oscar de 2001
Votado como um dos vestidos mais icônicos da história do tapete vermelho, o vestido, claro, gerou muita chacota e falatórios. A resposta da cantora? “É só um vestido.” A peça foi criada pela estilista Marjan Pejoski, da Macedônia, que produziu duas versões idênticas, caso uma sujasse, já que o vestido não pode se lavado (uma das peças foi leiloada em prol da ONG Oxfam no mesmo ano). Há quem diga que o look foi inspirado em uma capa da Vanity Fair, em que Leonardo di Caprio, fotografado por Annie Leibovitz, aparece segurando um cisne.
O vestido de noiva Alexander McQueen de Kate Middleton, em 2011
Depois de meses e meses de muito mistério, o mundo inteiro viu o vestido de noiva de Kate Middleton, assinado por Sarah Burton, diretora criativa da Alexander McQueen. Burton é muito discreta e não gosta de falar sobre sua parceria com a Duquesa de Cambridge, mas já revelou que nem a própria equipe sabia para quem era o longo de renda que estava produzindo. A peça gerou tanta comoção que até hoje influencia a escolha de noivas mundialmente.
O vestido Versace de alfinetes de Elizabeth Hurley, em 1994
Provavelmente o vestido mais famoso da história da Versace, “aquele vestido”, como é conhecido, firmou Elizabeth Hurley como estrela absoluta e sex symbol para o mundo inteiro. Até então apenas a namorada de Hugh Grant para o grande público, a inglesa também é creditada por, ao usar o look, catapultar a Versace para a fama bem além do nicho da moda. Inspirado pelo punk, o look foi criticado por ser ousado demais na época, mas desafia a passagem do tempo e até hoje é selecionado para exposições de moda.
O longo amarelo Guo Pei de Rihanna no Met Gala de 2015
Se Rihanna já era conhecida por sua forte veia fashionista, foi no Met Gala de 2015 que ela se firmou como ícone absoluto de moda de sua geração ao cruzar o tapete vermelho da noite a bordo de um longo amarelo de alta-costura de Guo Pei. O look que virou meme (e ficou conhecido como “o vestido omelete”) demorou dois anos para ficar pronto, num processo 100% artesanal de 50 mil horas.
O vestido de carne de Lady Gaga no VMA de 2010
No auge de seus looks provocantes, Lady Gaga cruzou o tapete vermelho do VMA, premiação da MTV, usando um vestido todo feito de carne crua – que depois de ser usado pela cantora no VMA de 2010 foi taxidermizado pelo Rock and Roll Hall of Fame e exposto em seu museu. A peça foi uma forma de protesto de Gaga à política Don’t Ask Don’t Tell, que permitia a discrimação de gays e bissexuais pelas forças armadas americanas .
O “vestido da vingança” de Lady Di, em 1994
Era para ser apenas mais um look, desta vez para a famosa festa anual de verão da Serpentine Gallery, em Londres, mas o vestido preto justíssimo de ombros caídos usados por Lady Di (e assinado pela estilista grega Christina Stambolian) entrou para a história como o “vestido da vingança” – aquele que toda mulher usa pós-fim de relacionamento para mostrar que vai muito bem, obrigada. Isso porque naquela mesma noite foi ao ar a fatídica entrevista com o Príncipe Charles em que ele afirma ter traído Diana durante seu casamento.
Reza a lenda que Diana usaria Valentino, mas após um comunicado oficial da marca anunciando o fato antes da festa, ela preferiu surpreender. E conseguiu.
O jungle dress Versace de Jennifer Lopez no Grammy de 2000
O look, um dos mais icônicos da história dos red carpets, já participou de exposições de moda e chegou a virar sátira no Oscar de 2000, quando um dos criadores de South Park usou uma versão da peça no tapete vermelho. Seu maior marco, porém? Ter sido a inspiração para a criação do Google Images: “Naquela época foi a busca mais popular que já tínhamos visto na história. Mas não havia uma maneira exata de dar a nossos usuários o que eles queriam – a J.Lo usando aquele vestido”, relembra Eric Schmidt, CEO da Google. E assim… Nasceu a busca por imagens do Google!
O look Oleg Cassini de Jackie O. na noite anterior ao Baile Inaugural de JFK em 1961:
Este seria o início de uma longa e próspera parceria entre a primeira dama dos Estados Unidos e o estilista, que vinha se firmando como grande potência da moda americana em 1961 após vestir famosas como Grace Kelly, Joan Crawford e Marilyn Monroe. Eleito como um dos 50 vestidos que mudaram o mundo, o longo usado por Jackie O. naquela noite a firmou como ícone de estilo para toda a história e de tão bonito chegou a gerar polêmica: há quem tenha reclamado que o vestido era mais bonito do que o Ethel Frankau que ela usou no Baile Inaugural do marido, na noite seguinte.
vestido Jason Wu de Michelle Obama no Baile Inaugural de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, em 2009:
O momento em si já era histórico: o baile inaugural do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos. Mas Michelle Obama conseguiu transformar o momento em ícone da história da moda quando elegeu um longo branco do até então desconhecido estilista Jason Wu, mostrando desde então qual seria seu tão importante papel para a indústria da moda do país, sempre apostando em estilistas nacionais e emergentes.
O vestido rosa Ralph Lauren de Gwyneth Paltrow no Oscar de 1999:
Se no ano em que a atriz ganhou o Oscar por sua atuação em Shakespeare Apaixonado seu vestido foi mal falado pela crítica (talvez por pura implicância com a atriz), com o tempo o longo rosa assinado por Ralph Lauren foi reconhecido como um dos melhores vestidos da história dos tapetes vermelhos da premiação, rendendo comparações a Grace Kelly e sendo firmado como o responsável pela volta do rosa à moda.
O longo preto Atelier Versace de Angelina Jolie no Oscar de 2012
Ou: o dia em que uma fenda generosa virou meme. Como se esquecer da pose da atriz no tapete vermelho do Oscar de 2012, que ganhou até nome – angelinajolieying?
Por Vogue