Feminicídio brutal de indígena tocantinense gera comoção nacional e cobrança por justiça

Conteúdo Gazeta do Cerrado

O corpo de uma indígena foi encontrado parcialmente carbonizado, neste domingo (7), a 60 km de Formoso do Araguaia, na região sudoeste do estado. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a vítima foi identificada como Harenaki Javaé, de 18 anos.

O caso gera comoção nacional em busca de respostas para a investigação do caso. A deputada federal indígena Célia Xakriaba se manifestou sobre o caso.

“Esse crime bárbaro não é isolado: ele reflete a violência estrutural e o racismo que atingem as mulheres indígenas em todo o Brasil. A violência não faz parte de nossas culturas e não pode ser naturalizada. Exigimos justiça imediata para Harenaki e todas as mulheres indígenas! Chega de impunidade. Chega de violência”, afirmou.

A líder de bancada feminina no Senado, senadora Professora Dorinha, também se manifestou. “Dói e revolta saber da morte brutal de Harenaki Javaé, jovem de apenas 18 anos, da Aldeia Canuana, em Formoso do Araguaia. Os indícios de violência e a crueldade contra seu corpo são inaceitáveis e inacreditáveis. Não podemos normalizar tamanha barbárie. Mulheres, meninas, nossas jovens indígenas não podem continuar sendo vítimas de tanta violência.

É ainda mais doloroso saber que boa parte dos casos de feminicídio contra mulheres indígenas atinge menores de idade. Isso precisa parar. Toda a minha solidariedade à família de Harenaki e ao povo Javaé. Que a justiça seja feita e que sua memória nos fortaleça na luta contra a violência que insiste em nos ferir”, afirmou.

O caso

A Polícia Militar informou que foi chamada por uma enfermeira, relatando a localização de um corpo carbonizado nas proximidades da Aldeia Canuanã, onde acontecia um festejo. No local, a equipe da Polícia Militar constatou o fato e identificou a vítima como uma jovem indígena de 18 anos, moradora de outra aldeia.

De acordo com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Harenaki Javaé era moradora da Aldeia São João. As duas aldeias ficam dentro da Ilha do Bananal.
A perícia foi chamada e o corpo foi levado pelo Instituto Médico Legal de Gurupi (IML), onde será submetido aos exames de necropsia, necropapiloscópico e de arcada dentária para identificar as causas da morte.

O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) lamentou o ocorrido e expressou solidariedade aos familiares e amigos. A Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) também emitiu uma nota repudiando o crime e cobrando investigação.

Segundo a Polícia Civil, as investigações foram iniciadas pela 84ª Delegacia de Formoso do Araguaia com apoio da 7ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Gurupi.