
O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Tocantins, Nile William, criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou, nesta segunda-feira, 4, a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à Gazeta do Cerrado, o dirigente petista avaliou que a medida foi branda diante da gravidade dos atos atribuídos ao ex-chefe do Executivo.
“A Justiça tem sido até condescendente com Bolsonaro. Em situações bem menores, como de uma mãe que furta uma lata de leite para seu filho, o presídio superlotado tem sido o endereço. Bolsonaro é um delinquente, e deve responder por seus crimes”, afirmou Nile William.
A fala do líder petista ocorre no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, sob argumento de descumprimento das medidas cautelares impostas anteriormente.
O que motivou a decisão de Moraes
O estopim para a nova medida judicial foi a participação de Bolsonaro, via ligação telefônica, em uma manifestação de seus apoiadores realizada no domingo, 3, no Rio de Janeiro. A fala do ex-presidente foi transmitida no evento e posteriormente republicada nas redes sociais por seus filhos, os também políticos Carlos e Flávio Bolsonaro — o que, segundo o ministro do STF, configura quebra das restrições impostas.
Bolsonaro já estava proibido de utilizar redes sociais, direta ou indiretamente, como parte de um conjunto de medidas cautelares impostas no âmbito das investigações que apuram tentativa de golpe de Estado e articulação contra o sistema democrático. As restrições incluíam ainda o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno durante a semana, e integral nos fins de semana e feriados.
Com a nova decisão, o ex-presidente passará a cumprir prisão domiciliar integral, com as seguintes restrições adicionais:
- Proibição de visitas, salvo advogados e pessoas previamente autorizadas pelo STF;
- Vedação ao uso de celulares, inclusive por terceiros, e à gravação de imagens durante visitas;
- Manutenção da proibição de contato com embaixadores e autoridades estrangeiras;
- Proibição absoluta de usar redes sociais, direta ou indiretamente.
Caso desrespeite qualquer um dos pontos, Bolsonaro poderá ter a prisão preventiva decretada. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República foram notificadas e já iniciaram o cumprimento da decisão.