Clima eleitoral esquenta em Ananás com Aije protocolada e ânimos acirrados na reta final

A corrida eleitoral em Ananás ganhou novos contornos  quando a coligação “Experiência e Trabalho a Serviço do Povo”, liderada pelo atual prefeito e candidato à reeleição, Valdemar Nepomuceno, apresentou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra Robson Pereira da Silva (União Brasil), principal adversário na disputa. A ação, protocolada na 12ª Zona Eleitoral, acusa Robson de suposto abuso de poder político e econômico, com base na Lei Complementar nº 64/90 e na Lei nº 9.504/97.

O principal foco da AIJE é a denúncia de que Robson teria utilizado a Associação Arte no Fruto para realizar uma série de doações de bens e serviços antes do início oficial da campanha eleitoral, o que caracterizaria abuso de poder. Entre as ações apontadas estão a distribuição de cestas básicas, a oferta de assistência médica gratuita, doação de brinquedos e até a organização de um bloco carnavalesco. Todas essas atividades, segundo a coligação de Valdemar Nepomuceno, teriam sido documentadas em fotos e vídeos, anexados à ação.

De acordo com o advogado da coligação, David Sadrac, “a gravidade da situação não se restringe apenas ao caráter eleitoreiro dessas doações, mas também ao fato de que a associação, presidida por Antonio Marinho, não possui recursos próprios suficientes para arcar com esses custos. Isso sugere que as ações foram diretamente financiadas pelo candidato Robson Pereira, o que configura um uso indevido de recursos para promover sua imagem e influenciar eleitores.”

Além da investigação, a coligação de Valdemar solicita a cassação do registro de candidatura de Robson Pereira e seu vice, Rafael, além da inelegibilidade de ambos por oito anos, conforme estipulado no artigo 22 da Lei Complementar nº 64/90.

A ação foi acolhida pela juíza eleitoral Wanessa Lorena, que a encaminhou para análise do Ministério Público Eleitoral. Em resposta, o MP solicitou que a Associação Arte no Fruto apresente os extratos financeiros e notas fiscais de todos os eventos realizados nos anos de 2023 e 2024. Caso a associação não colabore voluntariamente, o Ministério Público indicou a possibilidade de solicitar a quebra de sigilo bancário.

O prazo para Robson Pereira e seu vice apresentarem suas defesas terminou no dia 21 de setembro. Agora, o caso está sendo analisado pela Justiça Eleitoral, que deve decidir se o processo terá continuidade.

Defesa de Robson Pereira nega irregularidades

A defesa de Robson Pereira, também conhecido como “Robson do Zé Geraldo”, rebateu as acusações, afirmando que a ação é uma “tentativa desesperada” do atual prefeito de barrar o crescimento de seu principal oponente, que atualmente lidera as pesquisas de intenção de voto. A defesa também ressaltou que essa é a segunda tentativa frustrada de impugnação feita pela coligação de Valdemar, após derrotas tanto em primeira quanto em segunda instância da Justiça Eleitoral.

Em nota, a equipe jurídica de Robson afirmou: “A defesa demonstrará com provas e argumentos jurídicos que os fatos imputados ao candidato Robson e seu vice Rafael são inexistentes, não havendo prova mínima das alegações da coligação autora.”

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Trocando em Miúdos

Coluna escrita por Maju Cotrim escritora e consultora de comunicação. CEO Editora-Chefe da Gazeta do Cerrado. Jornalismo de causa, social, político e anti-fake!

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