Prefeito Heno Rodrigues da Silva (UB) (à esq.) e vice-prefeito Israel Borges Nunes (Republicanos) (à dir.) — Foto: Reprodução
Prefeito Heno Rodrigues da Silva (UB) (à esq.) e vice-prefeito Israel Borges Nunes (Republicanos) (à dir.) — Foto: Reprodução


Prefeito Heno Rodrigues da Silva (UB) (à esq.) e vice-prefeito Israel Borges Nunes (Republicanos) (à dir.) — Foto: Reprodução

A instabilidade política voltou a assombrar o município de Formoso do Araguaia nos últimos dias, com a tumultuada gestão municipal envolvendo o prefeito Heno Rodrigues da Silva (UB) e o vice-prefeito Israel Borges Nunes (Republicanos). Desde a cassação da chapa em 2021, por suspeita de caixa dois, seguida pela revogação da decisão pelo Tribunal Regional Eleitoral, a prefeitura tem enfrentado uma série de desafios que culminaram em uma crise.

Vereadores pediram impeachment, alegando infrações político-administrativas e crimes de responsabilidade relacionados ao contrato do transporte escolar. O pedido surgiu após indícios investigados pela Polícia Federal durante a operação Rota Dubai. Em uma votação com placar de 10 x 1, a Câmara de Vereadores decidiu pela cassação dos mandatos do prefeito e do vice-prefeito, assumindo interinamente a presidência da cidade o vereador Felipe Souza Oliveira (PRTB).

Heno Rodrigues da Silva manifestou serenidade e fé diante da tentativa de cassação, expressando preocupação com os impactos para a população e para a democracia. Já a defesa do vice-prefeito optou por não se pronunciar sobre o impeachment.

No entanto, menos de 24 horas após a cassação, Israel Borges Nunes obteve uma decisão liminar para retornar ao cargo, argumentando que não havia substituído oficialmente o prefeito em nenhum momento do mandato, o que teria justificado sua cassação. A liminar foi derrubada pelo Tribunal de Justiça, que considerou excessiva a intervenção judicial sobre o Poder Legislativo.

O município também enfrenta os desdobramentos da operação Rota Dubai, que investiga contratos públicos e possíveis influências ilícitas. Os prefeito e vice-prefeito foram alvos de mandados de busca e apreensão em janeiro de 2024, em um desdobramento que também resultou em suas prisões por posse ilegal de arma de fogo.

Esse não é o primeiro revés político enfrentado pela gestão municipal. Em 2021, a Justiça Eleitoral cassou os diplomas e mandatos do prefeito e vice-prefeito por gastos não declarados na prestação de contas de campanha, configurando caixa dois. A decisão foi revertida pelo Tribunal Regional Eleitoral, absolvendo a chapa.

A defesa do prefeito Heno Rodrigues da Silva reiterou seu compromisso com a legalidade e a transparência, confiante em uma decisão justa e imparcial. Entretanto, a incerteza política persiste em Formoso do Araguaia, enquanto o município enfrenta uma crise sem precedentes.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Trocando em Miúdos

Coluna escrita por Maju Cotrim escritora e consultora de comunicação. CEO Editora-Chefe da Gazeta do Cerrado. Jornalismo de causa, social, político e anti-fake!

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