Maju Cotrim
A Professora da UFT Dra Solange Nascimento registrou Boletim de ocorrência após um episódio num hipermercado da capital nesta sexta-feira,12.
Veja o relato da professora:
“Racismo em três atos!
Hoje é sexta-feira, dia de comer carne branca. Fui ao Extra comprar um peixe e mais outras coisas.
Quando chegou minha vez no caixa a primeira atitude da atendente foi me olhar de cima a baixo (quem é negra sabe do que estou falando), depois se debruçou no balcão e disse- Aqui é só 20 itens, você tem quantos aí?
Depois enquanto passava um pacote de frutas me disse: Isso é dez reais! Vai levar mesmo?
Pedi que ela se limitasse a passar as compras.
Ao final da compra perguntou se era vale alimentação. Respondi que não. Falei que o pagamento era no cartão, na função débito. Assim que coloquei o cartão na maquineta ela a tirou de minha mão, virou a máquina em vários ângulos e disse:
Vocês costumam dizer que não é alimentação. Vou conferir.
Vocês quem??
Pedi à fiscal de caixa que chamasse o gerente. Ela se recusou. Minimizou o ocorrido justificando que a caixa era uma senhora e se eu havia passado mais de 20 ítens. Nada justifica!
Nunca presenciei isso com outros clientes ou tive esse tipo de atendimento. Se eu fosse uma mulher branca ela faria o mesmo? Não!
O nome disso é racismo.
Já registrei um Boletim de Ocorrência. Não tenho que admitir racismo.”
Solange atua como coordenadora de Ações Afirmativas na UFT onde desenvolve ações para a implementação de políticas de permanência de alunos indígenas e quilombolas no ensino superior. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Cultura, políticas públicas, história e cultura afro-brasileira. É um dos principais nomes na pauta racial do Tocantins.
O outro lado
O espaço está aberto para a manifestação do hipermercado.
Racismo é crime!