A palavra de um estrategista

Caro brasileiro,

O governo acabou.

O ideal de um mandato escorado na sustentação ética e moral, no combate à corrupção e em uma agenda liberal… chegou completamente ao fim.

Assim como não existe mais qualquer expectativa de cumprimento de uma agenda de reformas estruturais, de ajuste fiscal, de concessões, de privatizações…

Não há mais qualquer um desses elementos na pauta.

A velha política, com o seu presidencialismo de coalizão envolvendo negociações com as raposas de sempre e o capitalismo de compadrio, mais uma vez prevaleceu.

O governo tornou-se um grande balcão de negócios, onde cargos são distribuídos em troca de sobrevida.
Ao abrir as portas do Executivo para figuras como Roberto Jefferson, Valdemar Costa, Ciro Nogueira e nomes de igual “envergadura moral”, abrem-se também as portas das contrapartidas típicas. O Executivo está nas mãos do Centrão, e por ele passará a ser chantageado.

Estamos diante de um dilema, em que resta sabermos se teremos um fim terrível (impeachment em meio a uma recessão e uma pandemia) ou um terror sem fim (um governo que se arrasta, com doses homeopáticas de sofrimento).

Inicia-se agora uma nova era para o governo Bolsonaro, uma espécie de segundo mandato: de orientação desenvolvimentista, dos “PACs”, dos “campeões nacionais”, com a economia conduzida pela Casa Civil, com maior orientação estatal e que tem o Centrão como o fiel da balança.

Um Presidente que se fecha com seus subservientes, que passam a preencher ministérios e secretarias, abandonando a ideia inicial de um governo de notáveis e de nomeações técnicas.

É um roteiro de filme de terror, aparentemente inevitável, e cujas consequências são amplamente conhecidas…
Se você pensou no Segundo PND, de Geisel, ou na “Nova Matriz Econômica”, de Dilma/Arno/Mantega, encontrou um bom paralelo. Repetir um experimento esperando um resultado diferente é uma das definições de loucura.
Essa, inclusive, poderia ser uma descrição precisa do segundo mandato Dilma, que culminou no maior escândalo de corrupção que se tem notícia até hoje, na maior recessão da história republicana brasileira e no impeachment da presidente…

Mas é a definição do segundo mandato do governo Bolsonaro, que começa a partir de agora.
E, desta vez, é ainda pior.

Enfrentaremos uma nova crise política e institucional ao mesmo tempo que teremos de lidar com:

O pico de contágio do coronavírus

O maior tombo já registrado no PIB brasileiro na história em 2020 (isso já era realidade antes da crise política)

Uma crise cambial, com o dólar já em seu maior valor nominal contra o Real desde sempre

Uma economia internacional altamente combalida, sustentada por artificiais estímulos monetários e fiscais, cujas consequências podem ser enorme endividamento, baixa capacidade estrutural de crescimento e bolhas de ativos

Preços de commodities em níveis baixos, o que é sempre muito ruim para mercados emergentes — exemplo maior no petróleo, cujos preços chegaram a ficar negativos há pouco tempo.

A combinação desses fatores, infelizmente, leva a crise atual para outro patamar, sem qualquer paralelo histórico e com um potencial devastador.

Mercados serão frontalmente impactados. Empregos serão destruídos. A sua renda e o patrimônio da sua família poderão ser (ainda mais) impactados.

Não subestime o risco de as coisas ficarem muito piores. Porque elas, realmente, podem ficar muito piores.
Estamos lidando com curvas potencialmente exponenciais — e isso desafia nossas mentes, tradicionalmente treinadas para pensar de forma linear.

Há algumas medidas de caráter emergencial que têm o objetivo de proteger o padrão de vida da sua família. Elas devem ser tomadas imediatamente.

Esta é uma orientação que deve ser seguida por todos os nossos colaboradores, familiares e assinantes.

Eu sou Felipe Miranda. Empresário, economista, pai de família e estrategista-chefe de investimentos.
No momento que faço este alerta, tenho um escritório parado e mais de 300 funcionários em casa.
O documento a seguir tem caráter Apartidário e estritamente técnico.

Não pertencemos ou louvamos qualquer partido político, empresa ou instituição estatal ou privada. Também não somos banco, nem corretora. Nossa fonte de receita vem única e exclusivamente dos nossos assinantes.
O que você verá a seguir é um conteúdo sensível com um único objetivo: alertar os brasileiros para as implicações que esta crise pode ter nos seus negócios, empregos e nos seus investimentos — bem como, de forma prática, o passo a passo do que fazer para se blindar desses potenciais desdobramentos.

Há pseudoespecialistas tentando minimizar o problema, porque a verdade com que temos de lidar agora é muito inconveniente para ser encarada de frente.

Citando Nietzsche, porém, considero que o valor de um homem pode ser medido pelo tanto de verdade que ele pode suportar. É disso que se trata esta carta.

Encarar a verdade de frente, por mais dolorida que ela seja. Tergiversar sobre o problema terá apenas consequências mais graves e talvez definitivas.

Infelizmente, adentramos um terreno sombrio, com uma combinação de fatores sem qualquer precedente histórico e com impactos inevitáveis nos próximos dias e meses, que serão sentidos na sua rotina e no seu bolso.
Talvez você ainda não tenha percebido…

Mas a economia brasileira já voltou 10 anos no tempo
Você lembra da sua rotina 10 anos atrás?

Os instrumentos financeiros que tinha à disposição em 2010, as tecnologias que utilizava, qual era o seu nível de renda uma década atrás?

A economia brasileira voltou 10 anos no tempo e marcará, em 2020, a maior queda no PIB de toda a sua história.
Mas isso já é fato consumado.

O que realmente preocupa, agora, é o segundo estágio da contaminação econômica:

Oito das Principais Agências de Inteligência do Mundo alertam para um COLAPSO IMINENTE em nível global.
E a economia brasileira, fragilizada e em meio a uma crise política e institucional, está na rota de colisão.

Corremos o risco de estar diante da maior bolha da história do sistema financeiro mundial, com a reação de Bancos Centrais e de Tesouros Nacionais à crise do coronavírus superando em muito qualquer precedente histórico.
É uma experiência totalmente nova, sem sabermos quais suas consequências. Poderemos mesmo emitir moeda de forma definitiva e endividar governos e empresas sem nenhum impacto futuro?

Será que não estamos condenando gerações posteriores a um baixo crescimento, quando teremos de lidar com essa herança de superendividamento?

Se estivermos mesmo inflando uma bolha desse tamanho, seu estouro poderia levar ao limite as consequências daquilo que já está estabelecido como o maior tombo da história da economia brasileira.
Somente com o impacto que as paralisações provocaram até agora, já temos uma projeção de retração de 5% no PIB brasileiro em 2020. São dados do FMI, que por si só configurariam a maior queda já registrada em nosso PIB em toda história.

Isso quer dizer que voltamos 10 anos no tempo. Ao tamanho que a nossa economia tinha em 2010.Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, a população brasileira está empobrecendo em um ritmo ainda pior… que não acontece há 100 anos.

E isso, eu reforço, apenas com o retrato ATUAL, sem colocar na conta eventuais complicações adicionais geradas pelo fim do período de isolamento social, pelo pico da pandemia ou pelos desdobramentos da crise política.

Os 3 pilares que elegeram Bolsonaro foram abalados

Mais uma vez, não se trata de hipótese ou de qualquer projeção da minha parte. São fatos consumados.
A expectativa por uma política econômica liberal, de diminuição do tamanho do Estado, com uma agenda de privatizações e concessões, foco no ajuste fiscal e nas reformas estruturais, virou isto:

O grande plano econômico em vigência, hoje, é o chamado Plano Pró-Brasil, desenvolvido pela ala militar do governo, anunciado pela Casa Civil, que sequer teve o aval do Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em outras palavras, é a Casa Civil tocando uma pauta econômica. Não lhe parece assustador?

Trata-se de um resgate da pauta desenvolvimentista que norteou o segundo mandato Dilma – com o Estado centralizador e grande balizador dos investimentos.

Algo que vai na direção diametralmente oposta à agenda defendida pelo atual ministério da economia – esse com um quadro predominantemente técnico e cuja principal bandeira é a do liberalismo econômico e do ajuste fiscal.
Qual a melhor forma de combater um retrocesso de 10 anos em nossa economia, se não com mais retrocesso?
Ou, por que não tentar, novamente, a pior experiência político-econômica que o Brasil viveu nas últimas décadas?
O Plano batizado de “Pró-Brasil” também não se trata de uma possibilidade, mas, sim, de fato estabelecido, já apresentado oficialmente (ainda que sua apresentação tenha sido uma atrocidade), e cujo cronograma projeta um horizonte de atuação pelos próximos 10 anos, como você pode ver em slide de seu anúncio oficial.

Assim como a saída do ministro Sérgio Moro representou simbolicamente a queda de dois dos principais pilares que elegeram Jair Bolsonaro, notadamente o da segurança pública e do combate à corrupção…
O plano Pró-Brasil marca a ruptura com o que seria o terceiro pilar de sua eleição: a agenda de reformas e a pauta liberal.

Consequentemente, em meio às críticas públicas de Paulo Guedes e ao isolamento do mesmo das decisões que lhe caberiam, de cunho estritamente econômico, temos a economia como o próximo alvo na linha de tiro da crise política.

Como se não bastasse, em meio ao abandono da pauta liberal e da agenda de reformas, outra bandeira da equipe econômica caiu por terra: a do ajuste das contas públicas, este, acelerado pelos esforços para o combate à pandemia da Covid-19.

No final do dia, temos atingidas duas sustentações importantes da base bolsonarista: o lavajatismo, com a saída do ministro Moro, e o antipetismo, pois agora se perdeu o antagonismo clássico entre as partes — nele se apoiavam a bandeira do combate à corrupção, a rigidez na segurança pública, as críticas à “velha política”, a insatisfação com o Governo perdulário, a defesa de “Mais Brasil, Menos Brasília”; tudo acabou agora.
E isso torna-se uma ameaça ainda maior diante do que você vai ver agora…
O que poderia ser pior do que uma pandemia, uma crise política, o resgate da política-econômica de esquerda e uma recessão econômica?

Imagine tudo isso, junto, em meio a uma situação muito crítica das economias e dos mercados internacionais…
Imagino que você possa estar questionando a real importância deste alerta.

Afinal, todos nós tivemos a nossa rotina alterada.
É provável que você conheça alguém que teve de repensar algum projeto, adiar uma viagem, cortar algum gasto e rever os seus custos mensais… é possível que até mesmo você faça parte deste grupo.
O que poderia piorar? O que poderia estar além tudo isso?
Eu não lhe julgo.

Eu mesmo me questiono diariamente. Faço e refaço as contas, torcendo para encontrar uma luz no fim do túnel, ou uma solução definitiva para tudo o que ainda está por vir.

Assim como você, eu torço para que isso aconteça. Pra que eu possa retomar a rotina do meu negócio, reabrir o nosso escritório, para que eu tenha mais visibilidade dos próximos movimentos do mercado…
Mas, infelizmente, as coisas nem sempre são como a gente gostaria.

E é o meu dever, como economista e estrategista-chefe de investimentos, fazer este alerta chegar ao maior número de pessoas possível:

A crise atingiu um novo estágio, com consequências devastadoras e muitas delas inevitáveis.
A crise já tinha uma dimensão global, sendo superior à Grande Crise Financeira de 2008, e com similaridades à Grande Depressão de 1929, com desdobramentos sobre toda a década de 30. Isso já não é mais uma hipótese. É algo que já está dado. Fato consumado.

E não sou apenas eu quem está dizendo isso…

No exato instante em que eu escrevo esta tese, tenho em minha mesa comunicados de OITO das mais importantes agências de inteligência financeira do mundo.

Todos alertam para a mesma coisa. Algo estarrecedor.
A maior de todas as crises está formada.

Uma recessão generalizada, que encontra paralelos apenas na Grande Depressão de 1929.
Para você ter ideia, a Grande Depressão de 1929 encontrou a sua recuperação econômica somente a partir de 1939 – ou seja, 10 anos depois.

São alertas de Banco Mundial, FMI, Banco Central dos EUA, Banco Central Europeu, Agência Nacional de Pesquisas e Estatísticas da China… agências privadas… e até mesmo da ONU.

Isso sem contar as mensagens do círculo de alguns dos maiores investidores do mundo. Nomes como Ray Dalio, Carl Icahn, Mark Mobius e Mohamed El-Erian endossam a lista de grandes investidores e autoridades que têm alertado para o tamanho do que está por vir.

Todos estão alterando as suas alocações de investimento para enfrentar o segundo estágio desta crise, em busca de um posicionamento ao iminente colapso.

A parte mais assustadora: todos esses alertas chegaram às minhas mãos nos últimos 30 dias e irão deparar um cenário extremamente complicado por aqui – e piorando
.
E não haveria hora pior para esses alertas chegarem.

O Brasil, em rota de colisão à crise internacional, está diante da maior retração já enfrentada por sua economia em toda a história…

… ainda não encontrou o seu pico de contaminações pela Covid-19, ao passo que o sistema de saúde começa a dar sinais de colapso em algumas regiões…

… e adentrou uma nova crise política e institucional, com intervenções governamentais em órgãos independentes e isolamento do presidente ante o Congresso e boa parte dos seus ministérios.

Por Felipe Miranda (Money Time)

Fonte: Site Empiricus

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