Alunos de sete comunidades quilombolas do povoado Mumbuca, localizado a cerca de 400 Km de Palmas, das séries iniciais e ensino fundamental, retomaram as aulas no dia 10 de outubro após ficarem suspensas devido ao incêndio que, no final de agosto, queimou a ponte sobre o Rio Sono que dava acesso à Escola Estadual Silvério Ribeiro Matos.
Para retomar as atividades escolares dos 95 estudantes, a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) realizou o remanejamento de 49 alunos das comunidades Fazenda Nova, Galheiros, Formiga, Carrapato e Ambrósio, localizadas do outro lado do Rio Sono, para a Escola Estadual Estefânio Teles das Chagas, que fica em Mateiros, a 40 Km do povoado Mumbuca.
Dos 95 alunos da Escola Estadual Silvério Ribeiro Matos, três foram transferidos para a Escola Estadual Estefânio Teles, destes, dois são do 6º ano e um do 7º ano do ensino fundamental. O transporte escolar continua atendendo todos os alunos, uma vez que dois ônibus realizam o acesso às escolas. A merenda escolar também tem sido distribuída normalmente nas duas unidades.
Segundo a secretária, professora Wanessa Sechim, essa transferência temporária de prédio dos alunos para outras unidades da rede estadual foi a alternativa encontrada para que os estudantes não fiquem prejudicados ou percam o ano letivo por falta de infraestrutura, devido ao incêndio na ponte.
“Em contato com a prefeitura, fomos informados que a gestão municipal construirá uma nova ponte. Enquanto isso, procuramos meios para que os nossos alunos não fiquem prejudicados. Essa transferência de unidade não altera, portanto, o processo de aprendizagem, já que os professores foram realocados, o transporte e a merenda escolar continuam sendo oferecidos normalmente”.
Motivação
Adjane Alves, moradora da comunidade Carrapato e mãe de Rayfran Alves de França, do 6º ano, e de Kamuel Alves de França, do 5º ano do ensino fundamental, considerou a alternativa de remanejamento dos alunos como positiva. “Fiquei muito triste com o incidente, achei que fosse o fim da vida escolar dos meus filhos, e sofri bastante nesses dias em que eles não puderam ir à escola, pois sabemos que o conhecimento adquirido é o bem mais precioso”, relatou a mãe dos alunos.
“Agora nestas duas semanas que voltaram a frequentar a escola vejo motivação. Eles saem e chegam empolgados, estão aprendendo, eu vejo o desenvolvimento deles e nós, pais, estamos satisfeitos, pois nossas vidas giram em torno deles”, concluiu a mãe que, por inúmeras vezes, pensou na opção de mudar do povoado para que seus filhos tivessem condições de continuar os estudos.
O diretor da Escola Estadual Silvério Ribeiro Matos, José Patrocínio de Souza, explicou que a gestão está buscando uma alternativa de reposição das aulas. “Estamos buscando alternativas para cumprir as 800 horas e os 200 dias letivos, exigidos por lei”, completou.
A professora Aldina Batista Dias dos Santos, da Escola Silvério Matos, do povoado Mumbuca, explicou que os estudantes que hoje têm aula na Escola Estefânio das Chagas continuam matriculados na unidade Silvério Matos, e usam apenas as instalações da outra unidade. A docente ressaltou ainda que, “assim que a ponte for reconstruída pelo município estes alunos voltam para a unidade de origem”.