A Polícia Civil do Tocantins, por meio da 1ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (1ª DEIC – Palmas), deflagrou na manhã desta segunda-feira, 23, a segunda fase da operação “Rosetta” contra membros de uma organização criminosa. Objetivo é cumprir 22 mandados de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão em cidades do Tocantins, Rio Grande do Sul e São Paulo.

No Tocantins, os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Palmas, Paraíso do Tocantins, Cristalândia, Dueré, Aliança do Tocantins, Colinas e Araguaína. No Rio grande do Sul, uma pessoa foi presa na cidade de Taquara. E em São Paulo, as buscas foram feitas na segunda maior favela da zona leste de São Paulo, reduto da facção paulista na cidade.

Março Violento

A primeira etapa de investigação, deflagrada em outubro do ano passado, objetivou a desarticulação da cúpula feminina da facção (à época, 14 mulheres líderes da organização criminosa foram presas). Nesta segunda fase e a partir da análise do material colhido na fase inicial da operação, os policiais civis da 1ª DEIC Palmas angariaram elementos contra os membros da faceta masculina da facção, responsável por vários homicídios em Palmas e tantos outros crimes violentos na capital.

Conforme o delegado-chefe da 1ª DEIC Palmas e coordenador da operação, Eduardo Meneses, a operação desta segunda-feira é uma resposta da Polícia Civil ao violento mês de março deste ano, quando foram registrados vinte homicídios, oito em único final de semana. Segundo o Delegado, um dos integrantes da facção responsável por coordenar esses ataques foi preso em Palmas durante a ação policial desencadeada hoje.

O Delegado explica que a investigação apontou também um poder ação cada vez mais abrangente da facção. “Ela expandiu seu poder de atuação para mais diversas modalidades criminosas, ficando responsável, assim, por boa parte do crimes violentos em Palmas e nas demais cidades do interior do Estado”, observou.

Conforme investigado, os dirigentes da organização criminosa perceberam que seria muito mais interessante financeiramente não se limitar ao comércio de drogas (sua principal geradora de recursos financeiros). Viram que se voltassem para a prática de crimes patrimoniais, em especial roubos a residências de luxos e ataques contra estabelecimentos bancários, seria mais uma poderosa fonte renda para o bando.

Durante o período de trabalho investigativo foi identificada uma conta bancária de São Paulo que recebia boa parte dos valores oriunda de todas essas práticas criminosas. Um dos presos na operação foi um dos responsáveis pela fuga na Casa de Prisão Provisória de Guaraí, em março deste ano. Na ocasião, o fugitivo levou fuzis da unidade prisional e fez um agente penitenciário refém.

Cargos

As principais lideranças atuantes no Tocantins, os chamados “Gerais”, foram presos na operação desta segunda-feira. Cita-se, dentre as figuras de maior envergadura, a prisão do “Geral do Estado, Geral do Progresso, Geral da Capital, Geral do Interior, Geral da Rua, Geral da Oeste, Geral Da Sul, Geral da Norte, Geral de Porto Nacional, o Salveiro, entre outros cargos.

Operação

A operação contou com a presença de cerca de 200 policiais civis. No Tocantins, participaram os efetivos da Diretoria de Repressão ao Crime Organizado (DRACCO) e das divisões a ela subordinadas como as DEICs de Palmas, Paraíso do Tocantins, Gurupi e Araguaína; Delegacias de Polícia de Cristalândia, Dueré, Aliança do Tocantins e Colinas. Além dos efetivos do Grupo Operacional Tático Especial (GOTE) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). No Rio Grande do Sul, a participação foi dos policiais do setor de investigações da Delegacia de Taquara e das delegacias de Parobé, Igrejinha e Três Coroas. Em São Paulo, o apoio ficou por conta dos policiais civis da 5ª Delegacia de Investigação sobre Roubos a Bancos.

O nome Rosetta refere-se à Rosetta Cutolo, irmã de Rafaelle Cutolo, chefe da Nuova camorra Organizatta, uma facção criminosa de atuação na Itália. Rosetta teria orquestrado, em 1978, a fuga com requintes de ficção cinematográfica a fuga de seu irmão de uma unidade hospitalar psiquiátrica. Até aquele momento, não se tinha registros da participação feminina em altos cargos de decisão e gerenciamento de organizações criminosas. O nome foi mantido nesta segunda etapa da investigação porque a partir das prisões das mulheres em outubro chegou-se à cúpula masculina presa hoje.

Leia abaixo as matéria da Gazeta sobre a Operação Rosetta:

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