O avanço tecnológico do início do século XXI permitiu que tivéssemos acesso muito mais fácil a meios de se eternizar momentos usando a fotografia. Hoje em dia, praticamente todo mundo tem um celular no bolso com o qual se pode não apenas tirar fotos, mas também compartilhá-las com o mundo inteiro.
Essa superexposição das pessoas nas redes sociais acabou inevitavelmente atingindo as crianças, que desde recém-nascidas são registradas em fotos que vão para o Facebook ou o Instagram para a felicidade de amigos ou parentes que nem sempre podem estar perto para acompanhar o crescimento do bebê.
Acontece que essa exposição de imagens de crianças tem abastecido uma prática para lá de esquisita: o “sequestro digital” para a criação de perfis falsos que, inclusive, podem até seguir um “roteiro” como em uma história de RPG.
“Eles capturam imagens, principalmente de crianças, e criam perfis completamente inventados, criando passado, história e até outros parentes fictícios para esses personagens”.
Encenação não autorizada
O “roleplaying”, termo que pode ser mais ou menos traduzido como “encenação” é algo que usuários de redes sociais como o Instagram fazem: eles capturam imagens, principalmente de crianças, e criam perfis completamente inventados – e, portanto, falsos e não autorizados – criando passado, história e até outros parentes fictícios para esses personagens. As imagens “sequestradas” são usadas para ilustrar com mais perfeição essa ilusão.
Existem histórias de abandono e adoção, de problemas de saúde, de relacionamentos entre pais e filhos e muito mais. Enquanto o Instagram não proíbe diretamente a criação de perfis fictícios como esses, ele possui uma política que impediria o uso de imagens de terceiros sem autorização. Para tentar evitar denúncias, esses usuários fazem algumas alterações nas fotos que vão usar em seus perfis falsos.
“Geralmente os maiores alvos de pessoas que realizam esses sequestros digitais são perfis mais populares”.
Todo cuidado é pouco
A única boa notícia, porém, é que geralmente os maiores alvos de pessoas que realizam esses sequestros digitais são perfis mais populares, de pessoas famosas ou com algum nível de influência nas redes sócias – ou seja, se você tem uma conta normal no Instagram ou no Facebook, com seus familiares, amigos e colegas de trabalho como seguidores, é mais difícil ser vítima dessa prática.
Ainda assim, todo cuidado é pouco para evitar que as crianças sejam expostas nas redes sociais. Cuidados simples, como manter sua conta do Instagram no privado, apenas para o acesso de pessoas que você autorizar, ou evitar compartilhar publicamente fotos no Facebook, diminuem bastante o risco de fotos dos seus filhos servirem para ilustrar uma conta falsa com histórias fictícias para o deleite de estranhos.
Fonte: TecMundo