Carros presos em ponte entre o Tocantins e o Maranhão — Foto: Divulgação/@vshenrique
Carros presos em ponte entre o Tocantins e o Maranhão — Foto: Divulgação/@vshenrique

Apesar dos trabalhos para a implosão, a estrutura remanescente só será demolida após retirada de veículos que estão no local, segundo DNIT.

 

Carros presos em ponte entre o Tocantins e o Maranhão — Foto: Divulgação/@vshenrique

 

As primeiras ações para realizar a demolição da estrutura remanescente da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre o Tocantins e o Maranhão, começaram nesta quarta-feira (22). Técnicos do consórcio responsável pela construção da nova ponte iniciaram as perfurações que vão servir para a colocação de explosivos.

A informação foi confirmada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A autarquia ressaltou que, apesar de a etapa estar em andamento, a demolição só vai acontecer quando todos os veículos que estão sobre a ponte forem retirados.

A ponte que fica na BR-226 desabou na tarde de 22 de dezembro de 2024 e completou um mês nesta quarta-feira. Dez veículos, entre carros, motos, caminhonetes e carretas, caíram no Rio Tocantins. Dentre as vítimas que caíram na água, um homem sobreviveu, 14 pessoas morreram e três ainda estão desaparecidas

O Departamento já havia informado que para a construção da nova estrutura seria preciso demolir a parte remanescente da ponte Juscelino Kubitschek. O Consórcio Penedo – Neópolis é constituído pela Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitada. O prazo de entrega da obra é de um ano.

A operação para retirada dos veículos na ponte começou na terça-feira (21). Carros de passeio e carretas que ficaram presos após o colapso causaram abertura de fendas entre as plataformas.

Um dos proprietários entrou na Justiça para reaver o bem, preso desde o dia do acidente. No dia 15 de janeiro, o juiz da 1ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Imperatriz (MA) deferiu o pedido e deu um prazo de dez dias para a remoção do veículo que ficou entre uma das fendas da ponte.

O DNIT afirmou que a expectativa é concluir a retirada de todos os veículos até o final desta semana.

 

Ponte que desabou entre o Tocantins e o Maranhão — Foto: Ana Paula Reihban/TV Anhanguera

 

Relembre o colapso

 

No desabamento da ponte, caíram no rio Tocantins três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outros 22 mil litros de defensivos agrícolas.

Segundo o DNIT, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso continua sendo investigada, conforme o órgão. A Polícia Federal também abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da queda da estrutura.

A ponte foi completamente interditada e os motoristas estão usando rotas alternativas desde o dia da queda.

O momento em que a estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Semanas depois do acidente, ele contou, em entrevista, como foram os dias após o colapso da estrutura e os impactos gerados para toda a população da região. “Foi bem difícil, principalmente bem no início, quando iam chegando os familiares para acompanhar a retirada dos corpos. Então, eu, que convivi, estive desde o início acompanhando tudo isso, não é fácil. A gente sofre junto com eles e então aqui foi a maior tragédia considerada aqui da nossa cidade”, lamentou o vereador.

Passado um mês do acidente, equipes da Marinha do Brasil e dos bombeiros seguem as buscas para tentar encontrar Salmon Alves Santos, de 65 anos, e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos, avô e neto, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos. Mas os mergulhos no Rio Tocantins estão suspensos devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, segundo os bombeiros.

No dia 10 de janeiro, foi publicada no Diário Oficial da União a contratação da empresa PIPES Empreendimentos LTDA, no valor de R$ 6.405.001,97, que vai fazer a travessia entre as margens do rio. Segundo o termo, o contrato vale por um ano, contados a partir do dia do acidente, em 22 de dezembro de 2024. Até esta quarta-feira, as balsas ainda não começaram a operar.

Sobre isso, o DNIT afirmou que os acessos necessários para receber as balsas ainda estão em fase final de execução e que as equipes do Departamento atuam para atender às exigências da Marinha do Brasil para poder iniciar o serviço.

 

Íntegra da nota do DNIT:

 

O DNIT informa que o consórcio responsável pela execução do projeto e construção da nova ponte que ligará os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), na BR-226/TO/MA, deu início à perfuração para a colocação dos explosivos para demolição da estrutura remanescente da ponte Juscelino Kubitschek.

A implosão, no entanto, só ocorrerá após o processo de retirada dos veículos que permanecem no local. Técnicos do DNIT estão atuando na adequação das condições do encontro da ponte no lado de Aguiarnópolis, onde estão os caminhões e carros de passeio. A ação vai viabilizar a passagem dos veículos.

Após a execução dos serviços preliminares na estrutura remanescente, as equipes vão retirar o caminhão mais próximo da saída da ponte e, na sequência, os demais veículos. A expectativa do DNIT é concluir a operação até o final desta semana.

 

(Fonte: g1 Tocantins)