Maju Cotrim
Após uma manhã de críticas e cobranças na Câmara de Palmas e na Assembleia Legislativa do Tocantins sobre a gestão da pandemia na capital, a Gazeta do Cerrado procurou a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, para conversar sobre o assunto.
A capital aumentou assustadoramente o número de internações na UTI e a demanda por mais leitos virou “artilharia política” até de alguns deputados que não são de Palmas.
Cinthia estuda novas medidas restritivas inclusive no transporte coletivo. “Desde o início prezei por preservar as vidas”, comentou.
“Lamento muito ver que algumas pessoas não entenderam que só temos um adversário e inimigo que é o coronavírus“, disse.
Ela disse sentir ausência de um sentimento de chefe de Estado por parte do governo do Tocantins. “Falta de presença dos entes federados“, disse.
“Não sou candidata a nada, acabei de ganhar uma eleição, as pessoas ainda não viraram a página da campanha“, completou sobre as cobranças políticas.
Ela questionou quais emendas parlamentares foram destinadas para Palmas por parte de alguns deputados. Cinthia comentou ainda que precisa que seja aprovado o Estado de calamidade pública na Assembleia. “Por que o Estado tem e Palmas até agora não foi aprovado?“, pontuou.
Ela citou que 24 cidades são assistidas por Palmas e pregou união neste momento.
“Temos que unir esforços para enfrentarmos um inimigo comum a todos: o COVID19. Ele não escolhe cor, raça, cargo, cidade ou país. Perder tempo em pronunciamentos vazios, críticas infundadas e agindo como se estivéssemos em guerra, não vai trazer a cura dessa pandemia. Ser mais proativos, buscar soluções, recursos. Trabalhar em conjunto e não isoladamente. Isso é o que as pessoas esperam de nós“, comentou.
A prefeita fez ainda um apelo: “O que esperam do poder público é trazer solução ao invés de gerar conflito. Não é uma disputa pessoal ou de egos. Perdemos tempo e saímos do foco principal que é o combate ao Covid. Os deputados que puderem ajudar a diminuir os problemas em suas cidades, ajudem. Palmas é a capital de todos os tocantinenses e atende todas as cidades do Estado e dos Estados vizinhos. Com certeza merece o carinho de todos os seus representantes”, afirmou na entrevista ás Gazeta.
Hospital municipal
O ponto principal das cobranças é um problema crônico na capital: a falta de um hospital municipal.
“O município não se nega a fazer mas não temos hospital municipal“, disse. A gestora pontua que os vereadores, deputados e entes federais precisam se juntar para destinar Recursos para construção do hospital. “A demanda por um hospital é real”, admitiu.
Ela disse que há várias áreas disponíveis na capital onde podem ser implantados mais leitos por parte do Estado neste momento. Segundo Cínthia, a gestão municipal tem feito a parte que cabe a ela e a gestão dos leitos de UTI é papel do Estado.
“Não se levanta um hospital de uma hora para a outra“, disse.
Sobre a relação com o governo ela afirmou: “Não nos negamos hora nenhuma a ter uma agenda propositiva“, disse.
Decreto
Políticos se manifestaram ainda sobre o decreto que restringe o funcionamento do comércio e igrejas.
“O comércio vai ficar fechado pelo bem da população, parece que tem pessoas que torcem para dar errado“, comentou.
“Se o cenário mudar podemos suspender o decreto“, ponderou. O novo horário vale por 15 dias.
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