De Muricilândia- Maju Cotrim
4h05 da manhã. 13 de Maio de 2023. Muricilândia, norte do Tocantins. Luzes na casa de Dona Juscelina. Na porta as pessoas começam a chegar com tambores. É o 2º ano do Festejo da Abolição após a morte de uma das maiores líderes quilombolas do Tocantins.
Crianças e jovens também chegam. As “Marianas”, grupo de dança das mulheres também vão chegando com suas saias rodadas. Há 50 anos a comunidade madruga saindo dali ecoando o grito de liberdade pelas ruas. São músicas de resistência, contra o racismo. Os foguetes avisam que o povo vai passando.
Quando passam pelas ruas moradores saem na porta e acenam, outros se juntam ao grupo. Essa é a dinâmica da abertura do Festejo da Abolição.
De volta ao Memorial as músicas e danças continuam e tudo termina com uma tradicional farofa. Durante o dia acontecerá feira, o tradicional Teatro de Abolição e ainda o batuque do cortejo pelas ruas com toda comunidade no final da tarde.
O Festejo
Em sua 50° edição, o Festejo da Abolição é a principal manifestação cultural da comunidade quilombola Dona Juscelina em Muricilândia, norte do Tocantins. O lema deste ano é: nossa luta é ancestral! Uma ampla programação começou desde o dia 10 com palestras.
A festa reúne moradores da cidade e outros municípios com protagonismo do quilombo e apoio da gestão municipal do prefeito Alessandro Borges.
O 13 de Maio para a comunidade quilombola Dona Juscelina é dia de resistência e grito de liberdade. Gerações se encontram na mobilização cultural que tem muita música negra e batuque. O Festejo é o maior do Tocantins.
Tendas, comida típica, tudo em volta do hoje Museu e onde foi a casa de Dona Juscelina. Palestras sobre empoderamento negro, resistência e aspectos culturais marcam o evento durante todo o dia.
O presidente da Comunidade quilombola, o líder Manoel Filho organiza toda programação junto com a comunidade e destaca a importância do levado e manutenção da tradição quilombola.
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