O trabalho foi desenvolvido em etapas que uniram pesquisa, prática artística e diálogo entre diferentes gerações da comunidade - Foto: Montagem/Divulgação
O trabalho foi desenvolvido em etapas que uniram pesquisa, prática artística e diálogo entre diferentes gerações da comunidade - Foto: Montagem/Divulgação

Na Escola Indígena Txuiri-Hiná, localizada na aldeia Txuiri, na Ilha do Bananal, em Formoso do Araguaia, estudantes do ensino médio participaram de uma experiência que aproximou a matemática dos saberes tradicionais do povo Javaé. O projeto “Figuras Geométricas nas Pinturas Corporais e Artesanatos na Aldeia Indígena Txuiri” revelou como símbolos, padrões e formas transmitidos de geração em geração carregam, além de significados culturais, conceitos matemáticos universais.

A iniciativa foi coordenada pelo professor Lindomarcos Rodrigues Sousa, formado em Matemática e pós-graduado em Física, com apoio do professor indígena Ivan Ikukanã Javaé. O trabalho foi desenvolvido em etapas que uniram pesquisa, prática artística e diálogo entre diferentes gerações da comunidade.

Na primeira fase, os alunos identificaram formas geométricas presentes nas pinturas corporais e no artesanato, compreendendo tanto a estética quanto os significados simbólicos de cada traço. Em seguida, aplicaram o conhecimento em produções próprias, criando pinturas e peças artesanais que representaram a fusão entre ciência e cultura.

Um dos pontos altos foi a participação dos anciãos, que compartilharam histórias e saberes sobre a importância das formas e símbolos na identidade do povo Javaé. Esse diálogo fortaleceu o vínculo entre gerações e ampliou a visão dos jovens sobre a riqueza cultural da aldeia.

O projeto também promoveu rodas de conversa, exposições e apresentações abertas à comunidade, transformando a escola em um verdadeiro espaço de celebração da cultura e do conhecimento.

Segundo Lindomarcos, a iniciativa mostrou que a matemática está presente em diferentes aspectos da vida. “A matemática não é um saber isolado, mas parte integrante da identidade do povo indígena. Por meio desse projeto, os jovens puderam valorizar suas raízes e compreender a universalidade dos conhecimentos humanos”, destacou.

Legado para a comunidade

Para a escola e para a aldeia, a experiência deixou uma lição clara: o aprendizado vai além da sala de aula e ganha ainda mais força quando conecta tradição e ciência. Em um tempo de rápidas transformações tecnológicas, o projeto ressaltou a importância de manter vivas as tradições, garantindo que costumes e saberes continuem a ser transmitidos às próximas gerações.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins