Entre as políticas públicas desenvolvidas pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), para geração de energia limpa, com ênfase na agricultura familiar, destaca-se o tratamento de resíduos provenientes da pecuária que estariam sendo descartados na natureza.  O sistema foi apresentado durante o “I Workshop sobre Sistemas de Biodigestão para a geração de energia através da utilização de dejetos bovinos”, que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 28, no auditório do Sebrae Tocantins.

Entre os temas debatidos, o palestrante do Ministério da Agricultura e Pecuária  (Mapa) e  coordenador do Plano ABC, no Brasil, explicou, na palestra “Plano ABC e Pecuária Intensiva de Baixa Emissão de Carbono”, sobre o programa e compromisso com metas de redução de emissão de gás de efeito estufa, assumido pelo Brasil para 2025, em até 37%. O palestrante afirmou que o setor agropecuário está fortemente presente dentro desse compromisso. Esclareceu também sobre o compromisso do Ministério em conduzir o Plano ABC, no fomento à implantação de biodigestores, com objetivo de expandir a tecnologia, gerando menos impactos no meio ambiente e fortalecendo a atividade agropecuária.

Nas demais palestras, o debate foi sobre o uso do biofertilizante na integração lavoura pecuária e informações sobre a linha de crédito do Governo Federal “Pronaf Eco”, que financia investimentos destinados à implantação de tecnologias de energia renovável, como biodigestores, principalmente, para agricultura familiar.

Biofertilizante

Também durante o workshop, foram apresentados exemplos de casos de sucesso com o uso de biodigestores na produção de energia elétrica, trazendo economia na conta de energia elétrica de uma granja, no município de Aguiarnópolis que é pioneira no uso de dejetos de frangos e que com o biodigestor implantado lá consegue economizar cerca de R$ 30 mil reais com o que gastava de energia.  Outro caso apresentado foi o do Colégio Agropecuário de Natividade. A diretora, Derenilza Amorim falou sobre os benefícios trazidos com o uso do biodigestor, principalmente em relação ao meio ambiente e também financeiro e do uso dos produtos boifertilizante na fruticultura e nas pastagens. “Tem causado impactos positivos diminuindo gastos com a compra de menos adubos químicos e como o os dejetos são canalizados para transformação no biodigestor, deixa de poluir o lençol freático”, destacou.

Disse também que com a experiência o a instituição tem ganhado visibilidade em relação à comunidade, recebendo, professores, pesquisadores e produtores rurais que vêm conhecer como funciona o biodigestor no intuito de instalar a tecnologia. O trabalho é desenvolvido com todos os alunos da escola com função de formar profissionais para atuar no agronegócio e com a atividade com o biodigestor recebeu uma premiação na área de educação ambiental.

Biodigestão

O secretário da Seagro Thiago Dourado esclareceu sobre o que é a biodigestão, que é um mecanismo de transformação de dejetos para gerar algum outro produto, no caso do evento estamos falando sobre o uso de biodigestores para gerar energia e biofertilizante. “O Estado está cumprindo o Plano Estadual de Agroenergia é uma das cadeias prioritárias para o fomento é o biogás, porque a partir dele pode-se gerar energia elétrica”.

Thiago Dourado disse ainda que a proposta da Seagro é para fortalecer e incentivar ainda mais essa ação dentro das atividades agropecuárias, avicultura, suinocultura e a própria pecuária que é o caso do evento de hoje onde se utiliza os dejetos dos bovinos para gerar energia. “Então aquilo que muitas vezes gerava um problema ambiental, como gerar gás metano ou outros, começa a ser processado se transformando em energia e fertilizante, reduzindo assim os impactos ambientais”, explicou.

No encontro participaram, também, representantes da Agricultura de Baixo Carbono (ABC-TO), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e as empresas Recolast ambiental e Agrivita.