Luz que move e ensina

Professor usa radiômetro para ensinar física em escola indígena na Ilha do Bananal; VÍDEO

Desenvolvido pelo físico britânico William Crookes em 1873, radiômetro demonstra como energia luminosa pode ser convertida em movimento

Professor usa radiômetro para ensinar física em escola indígena na Ilha do Bananal; VÍDEO

Uma experiência didática inovadora está encantando os estudantes da Escola Indígena Txuiri Hina, localizada na aldeia Txuiri do povo Javaé, na Ilha do Bananal. Em uma aula que uniu teoria e prática, o professor Lindomarcos Rodrigues Sousa, de 28 anos, apresentou aos alunos do ensino médio o funcionamento do Radiômetro de Crookes, um equipamento que evidencia, de forma visual, conceitos de radiação térmica e transferência de momento.

O instrumento, que integra o laboratório de Física e Química da escola, é composto por uma ampola de vidro com vácuo parcial e palhetas metálicas que giram ao serem expostas à luz. Desenvolvido pelo físico britânico William Crookes em 1873, o radiômetro demonstra como a energia luminosa pode ser convertida em movimento, despertando a curiosidade e o encantamento dos alunos.

“Foi possível observar em tempo real como a luz pode gerar movimento, o que torna o aprendizado muito mais envolvente”, destacou Lindomarcos, que é formado em Matemática e possui pós-graduação em Física.

Durante a aula, além da explicação teórica, os alunos participaram de demonstrações práticas. “Ao expor o radiômetro à luz, os estudantes viram as palhetas girarem. Isso ocorre porque a luz transfere momento para as moléculas de gás residual na ampola, criando um gradiente de pressão que movimenta as palhetas”, explicou o professor.

A vivência proporcionou aos jovens a oportunidade de entender, de forma concreta, como a intensidade da luz está relacionada à velocidade de rotação das palhetas — conceitos que muitas vezes ficam abstratos em conteúdos exclusivamente teóricos.

Lindomarcos acredita que o uso de experimentos práticos é essencial, especialmente em escolas indígenas, onde o ensino científico pode contribuir para o fortalecimento da educação e valorização do conhecimento. “Ver o brilho nos olhos dos alunos ao presenciar um experimento assim não tem preço. A prática transforma a sala de aula em um espaço de descoberta”, afirmou.

A Escola Indígena Txuiri Hina se destaca por possuir um laboratório bem equipado, algo ainda raro em escolas da região. “Somos abençoados por ter esse espaço. Isso nos motiva a transformar o ensino e sair do tradicionalismo das aulas exclusivamente teóricas”, celebrou o professor.

Brener Nunes

Subeditor

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Subeditor da Gazeta do Cerrado Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Subeditor da Gazeta do Cerrado Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins