Aula aconteceu em Palmas – Foto – Luiz Henrique Machado/Corpo de Bombeiros do Tocantins
As ameaças, assédios de toda ordem e até mesmo as agressões físicas estão ganhando um oponente importante e transformando a rotina de muitas mulheres, que decidiram lutar, literalmente, para derrubar inimigos que surgem em ambientes que vão desde o trabalho, às suas casas, na rua ou mesmo quando estão em busca de entretenimento e diversão. É o Krav Maga, um estilo de luta que existe há anos no Brasil, está se popularizando cada vez mais e, em Palmas, tem conquistado espaço desde 2019.
Os praticantes são os mais diversos e com finalidades diferentes. Porém, em geral, é a possibilidade de uma auto defesa eficaz que mais chama a atenção. O Krav Maga usa das mãos, braços e pernas, dos pontos de pressão e sensibilidade no corpo, com uma série de movimentos de torção para derrubar o agressor, ou mesmo afastá-lo. Quem escolheu o “Krav”, optou por ter nele o chamado “trato rápido”, já que, em geral, com a execução de cinco técnicas, é possível se desvencilhar e empreender fuga.
“É uma experiência que está sendo muito boa, pois além de tudo, dá a possibilidade de relaxamento e descontração também. Como mulher, me sinto mais segura”, revela a psicóloga Isabella Stefania, que teve a possibilidade de colocar alguns ensinamentos em prática, ao ter a casa invadida por um homem.
“Eu estava com as filhas no carro e quando o portão de casa se abriu, um homem estava entrando. Me senti segura de ir até ele, fechar o portão e estar confiante para saber o que estava se passando. Foi mais tranquilo”, conta Isabella.
A personal training Cecília Gonçalves também foca na auto segurança proporcionada pelo Krav Maga. Ela relata que “já vivo no mundo das lutas e o Krav me trouxe uma autoconfiança para me defender”. “Percebo que me sinto mais segura, saio de casa mais tranquila e pronta para reagir caso haja necessidade. Nós mulheres somos muito vulneráveis e passamos por mais riscos em comparação aos homens no dia a dia”, relata.
Cecília já necessitou de auto-defesa, mas à época, usou as técnicas de jiu-jitsu. Contudo, ao praticar o Krav Maga, se diz mais completa. “O Krav me deu autonomia para fazer a defesa e finalizar o oponente. Em muitos casos, a agressão é rápida e não há tempo para você pensar. E a gente tem que saber se defender, seja qual for a situação. Vejo no Krav a possibilidade de uma reação com as técnicas e garantir a minha salvação. Me sinto bem”, assegura Cecília.
O instrutor da luta, Dariêx Maia, um dos primeiros a ofertar essa opção em Palmas, explica que a defesa está em primeiro lugar em um combate, mas é preciso alguma noção de como isso deve ser feito. “O Krav te ensina a se defender com movimentos simples, usando seu corpo e alguns objetos como arma de defesa. E isso se torna muito eficaz para as mulheres”, frisa Dariêx.
Segundo o instrutor, os praticantes aprendem sobre a anatomia do corpo humano, com suas diversas partes vulneráveis e sensíveis, que devem ser usadas no momento da defesa. “Com um simples toque de pressão, a vítima consegue surpreender o agressor, se safar e até mesmo parar a agressão”, conta.
As aulas ocorrem sobre o tatame e o aluno tem a possibilidade de executar os golpes com o próprio instrutor, ou um colega durante os ensinamentos. A forma de aplicar o golpe é passada diversas vezes, para que a torção do punho do oponente, em uma das ações de defesa, seja perfeita e eficaz. E acredite, ela é suficiente para levar um agressor ao chão e, se precisar, pode até ser imobilizada.
O Krav é homens, mulheres, crianças com idade acima de 07 anos, e também interessados até 70 anos. As aulas com Dariêx ocorrem em Praças Públicas, academias e também à domicílio, no formato de personal fight.
O Agente de Segurança Sócioeducativo, Leomar Carneiro de Oliveira, não pensou muito ao aderir à opção, principalmente por ver nas técnicas do Krav uma grande arma em seu expediente de trabalho. “Ele me dá segurança, o conceito de defesa pessoal e, no meu ambiente de trabalho, o Krav Maga me dá a segurança de poder mobilizar um agressor que esteja ali. Além de ser uma atividade física, a disciplina e a flexibilidade”, pontuou.
Fonte – Ascom Corpo de Bombeiros/Por Luiz Henrique Machado