
Xambioá se despediu nesta semana de um dos marcos mais emblemáticos de sua história recente: o flutuante Titanic. Conhecido em toda a região do Bico do Papagaio, o espaço flutuante foi desmontado após anos de abandono, encerrando um capítulo simbólico da cultura e da memória afetiva local.
Durante décadas, o Titanic não foi apenas uma embarcação ancorada no Rio Araguaia — ele foi cenário de festas inesquecíveis, encontros memoráveis e um símbolo do espírito alegre e acolhedor de Xambioá. Sua fama ultrapassou os limites da cidade quando a canção “Titanic”, composta por seu proprietário, viralizou em programas de rádio e festas Brasil afora, transformando a estrutura em um ícone pop do norte tocantinense.
A desmontagem, no entanto, gerou reações diversas. Parte da população comemorou a retirada do flutuante, que estava em desuso e ocupava uma área inadequada às margens do rio. Mas, para muitos moradores e frequentadores antigos, o momento também foi de melancolia. Era como assistir ao fim físico de uma era que ajudou a projetar Xambioá no cenário regional como referência em lazer e cultura popular.
Construído com criatividade e ousadia, o flutuante se tornou palco de festas que marcaram época, reunindo moradores da cidade, visitantes e até turistas que vinham de longe para conhecer a famosa “balada no rio”. O nome “Titanic”, inspirado no lendário navio britânico, logo ganhou identidade própria e virou símbolo da identidade festiva de Xambioá.
A música que levou o nome do flutuante aos quatro cantos do país foi composta em tom bem-humorado e se transformou em uma das trilhas sonoras mais lembradas por quem viveu aquela época. O sucesso da canção ajudou a perpetuar a imagem do Titanic como um espaço único, que unia simplicidade, alegria e pertencimento.