Quem comandou a ação da Polícia Militar (PM) na desocupação do Centro de Ensino Médio Filomena Moreira de Paula, nesta quarta-feira, 26, em Miracema, provavelmente não esperava que o caso ganhasse tanta repercussão, inclusive em nível nacional. Os estudantes protestavam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 241), que limita gastos públicos.

Algemados

Durante a desocupação estudantes foram presos e algemados. “Sinto profunda indignação diante desta estupidez”, escreveu o servidor público e poeta Paulo Aires, de Palmas, em seu perfil no Facebook. “Acho engraçado que menores que cometem crimes e que matam não podem sem presos, muito menos algemados vão. Agora menores que estão lutando pelos seus ideais vão? Sem entender…. Acho um absurdo!”, comentou a empresária Alynne Araújo, de Miranorte, também no Facebook.

Além das redes sociais, reportagens foram publicadas por praticamente todos os veículos do Estado, como G1, Jornal do Tocantins, Portalct, Conexão Tocantins, T1 Notícias, Redeto, AFNotícias, entre outros. Em nível nacional a notícia já está no site do jornal O Estado de São Paulo, Jornal GGN, Conexão Jornalismo, Brasil de Fato e Jornal Hoje, da TV Globo, para citar apenas alguns exemplos.

Entidades e personalidades de diversas áreas também comentaram o caso. No twitter o médico Fernando Ortiz, de Taubaté (SP), escreveu: “A fala emocionada de Ana Júlia na Assembleia do Paraná e os estudantes algemados hoje no Tocantins, símbolos do Brasil”, referindo-se, também, ao discurso no qual a estudante paranaense pediu que os estudantes sejam ouvidos sobre reformas na Educação.

A Organização Mídia Ninja chamou de “absurdo” o ato da PM na desocupação da escola. “Neste momento, cerca de 15 adolescentes estão detidos na Delegacia da cidade, e estão sendo pressionados a darem depoimentos sem a presença de seus representantes legais ou advogados. Em todo país são mais de 1.022 escolas ocupadas, 85 universidades e 102 institutos federais”, publicou.

Outro lado

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), o processo de desocupação teve início após a diretora da escola informar que teria sido ameaçada de morte por pessoas que, supostamente, estariam aliciando estudantes para que fizessem parte da ocupação.

“Diante da resistência de alguns estudantes em desocupar o imóvel e com o objetivo de resguardar a integridade física dos próprios alunos, o Promotor de Justiça ordenou que a autoridade policial contivesse com o uso de algemas dois estudantes que se recusavam a deixar o colégio”, diz a nota.