Regime de urgência

Governo envia para a Aleto pedido de autorização para vender participação acionária na Energisa

Além do pedido de autorização, o governo também apresentou um segundo Projeto de Lei à Aleto que visa revogar trechos de legislações anteriores que tratavam da participação acionária do Estado na empresa de energia.

Energisa - Divulgação
Energisa - Divulgação

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), encaminhou à Assembleia Legislativa (Aleto), no último domingo, 29, um Projeto de Lei que solicita autorização para vender a participação acionária que o Estado ainda possui na Energisa Tocantins, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica no estado. A proposta também requer que o projeto tramite em regime de urgência.

Na justificativa anexada ao texto, o chefe do Executivo estadual afirma que a medida representa uma estratégia para “fortalecer as finanças do Estado, ampliar a capacidade de investimento e assegurar a sustentabilidade de políticas públicas de longo prazo, especialmente nas áreas de previdência e infraestrutura”.

Apesar desse discurso, o projeto não especifica de forma clara como os recursos obtidos com a venda das ações serão utilizados. O texto informa apenas que os valores arrecadados com a alienação dos ativos serão depositados na Conta Única do Tesouro Estadual, sem definição de aplicação específica.

Revogação de legislações anteriores

Além do pedido de autorização, o governo também apresentou um segundo Projeto de Lei à Aleto que visa revogar trechos de legislações anteriores que tratavam da participação acionária do Estado na empresa de energia.

Um dos dispositivos a serem revogados está na Lei nº 3.704, de 2020, que permitia a negociação de ações da classe B – aquelas que não conferem direito a voto nas assembleias. Diferentemente da proposta atual, a legislação de 2020 já determinava que os recursos da venda seriam destinados a projetos específicos. Segundo o Executivo, como os investimentos daquela época foram concluídos, o trecho perdeu sua função e agora poderá ser revogado.

Outro ponto que o governo deseja suprimir é o artigo 5º da Lei nº 15, de 1989, que obrigava o Estado a manter, no mínimo, 20% de participação na empresa. Com a nova proposta, esse percentual mínimo deixaria de existir, abrindo caminho para a venda total das ações estaduais na Energisa.

Tramitação

Os dois projetos foram protocolados com pedido de urgência, o que acelera sua análise pelas comissões técnicas e pode levar a votação em plenário em curto prazo. A proposta deve gerar debates entre os parlamentares, especialmente quanto à ausência de vinculação dos recursos a áreas específicas, o que já foi objeto de atenção em leis anteriores.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins