
Um dos hábitos mais presentes na rotina dos palmenses — o de almoçar fora de casa — ficou um pouco mais leve para o bolso neste terceiro trimestre de 2025. De acordo com o levantamento do Núcleo Aplicado de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (NAEPE), do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), a categoria “refeições” apresentou deflação de 1%, resultado inédito desde o início da série histórica da pesquisa. A principal razão para essa redução está na queda dos preços das marmitas e do prato feito (PF). A marmita com carne vermelha ficou 2,78% mais barata, enquanto a marmita sem carne vermelha caiu 1,95% e o PF teve recuo de 0,48%.
Mesmo com o aumento de 1,19% nas refeições por quilo, o impacto positivo dos outros itens foi suficiente para garantir a deflação geral do grupo. “Esse é um resultado muito importante. Pela primeira vez, desde que o NAEPE começou a monitorar os preços da alimentação fora de casa em Palmas, registramos uma redução real nas refeições”, explica o diretor-geral do NAEPE, economista e professor do IFTO, Autenir Carvalho. “Essa queda está diretamente relacionada à redução nos custos da alimentação em casa, já que os restaurantes e lanchonetes compram os mesmos alimentos usados nas residências. Quando esses insumos ficam mais baratos, o setor consegue repassar a redução ao consumidor”, complementa.
Além das refeições, outros destaques da pesquisa também chamaram atenção. O chambari, prato tradicional na culinária tocantinense, teve redução de 1,01%, contribuindo para a estabilidade geral dos preços. Já entre os lanches, houve inflação média de 1,74%, puxada principalmente pela alta de 4,53% no pão de queijo, enquanto o pastel apresentou uma leve queda de 0,62%. Na categoria dos doces, que inclui açaí e sorvete, a variação foi positiva em 1,53%, com altas moderadas de 1,95% e 1,11%, respectivamente.
O maior recuo individual da pesquisa foi observado nos sucos de laranja, reflexo da melhora recente na produção e nos custos da fruta. O suco de 300 ml caiu 2,44%, e o de 400 ml apresentou forte queda de 12,12% — um alívio depois de sucessivos aumentos nos trimestres anteriores. “A estabilidade dos preços mostra que Palmas está passando por um momento de reequilíbrio econômico no setor alimentício. A alimentação fora de casa sempre foi um termômetro sensível do custo de vida, e essa leve deflação nas refeições é um sinal de respiro importante para as famílias”, observa Autenir Carvalho. De forma geral, a alimentação fora de casa teve variação positiva de 1,16% no trimestre, mas o grupo das refeições — que representa a maior fatia do consumo — apresentou queda, equilibrando o índice e sinalizando maior estabilidade de preços no segmento.