Maju Cotrim
A comunidade quilombola Rio Preto segue em novos episódios de ameaças e conflitos.
Um novo Boletim de ocorrência foi registrado onde os moradores alegam que os fazendeiros agora fixaram diversas placas no quilombo proibindo a entrada dos quilombolas na área.
Os quilombolas, que historicamente ocupados e preservados essa terra, se sentem ameaçados, discriminados por essa ação, além disso são impedidos de terem acesso a suas casas pois os fazendeiros destruíram a estrada que davam acesso às suas casas e agora coloram as placas com avisos que proíbe os quilombolas de irem para suas moradias, alega o B.O que a Gazeta teve acesso.
Eles contam que estão há meses indo nas casas escondidos para cuidar dos lares por medo de serem mortos. Há relato também que eles queimaram 3 casas esse ano, derrubaram uma com um trator, passaram por cima de várias roças com tratores e fizeram disparos de armas de fogo. A Gazeta preserva a identidade dos quilombolas e repudia tentativas de perseguição a líderes do quilombo.
A situação de violência no quilombo vem sendo monitorada por vários órgãos estaduais e os federais também foram acionados.
Os quilombolas temem pela vida e ouviram até barulho de tiros.
Ataques registrados nos últimos dias no Território Quilombola Rio Preto, a cerca de 50 km de Lagoa do Tocantins, têm amedrontado a população. Os problemas estariam acontecendo devido a conflitos agrários, segundo a comunidade.
Muitas famílias estão saindo do território porque temem pela própria vida. Atualmente, há entre 30 a 50 famílias vivendo no território.
A Comunidade Quilombola Rio Preto foi certificada pela Fundação Cultural Palmares. A Portaria de Certificação que reconhece a autodefinição da Comunidade Rio Preto como remanescente de Quilombo foi publicada no Diário Oficial da União, dia 25 de outubro.
Diante da situação de insegurança, episódios de violência e ataques contra os Direitos Humanos das 60 famílias da Comunidade, a certificação é uma importante conquista para o Território.
Decisão
Em nota, a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) informou que o conflito está judicializado em dois processos de reintegração de posse contra a comunidade. Nos dois casos, a Justiça decidiu manter a posse para os quilombolas.
Ainda conforme a associação, a decisão é do dia 08 de setembro e o prazo para ciência da decisão é dia 27 deste mês.