Cidade de Figeirópolis/TO - Foto: Divulgação
Cidade de Figeirópolis/TO - Foto: Divulgação

A Prefeitura de Figueirópolis, no sul do Tocantins, tornou-se alvo de uma série de investigações e recomendações expedidas pelo Ministério Público Estadual (MPTO) que questionam a gestão do prefeito José Fontoura Primo (Republicanos) em três frentes: despesas públicas controversas, possível uso pessoal da frota municipal e obras executadas sem a devida licença ambiental.

Um dos principais pontos de polêmica envolve o contrato de quase R$ 600 mil, firmado entre a prefeitura e uma microempreendedora local para fornecimento de coffee breaks e buffets em eventos da administração. A contratação, homologada mesmo diante de recursos administrativos apresentados por concorrentes, deixou a população perplexa diante do valor considerado elevado para uma cidade de pouco mais de cinco mil habitantes e marcada por carências na saúde e no saneamento básicos.

Paralelamente, a Promotoria de Justiça de Gurupi investiga denúncias de uso irregular dos veículos oficiais por familiares e aliados do prefeito. O MP identificou ausência de sistemas de controle, monitoramento e identificação dos carros, o que permitiria o uso pessoal dos automóveis públicos sem fiscalização. Uma recomendação do promotor André Henrique Oliveira Leite deu prazo de 30 dias para que o município regularize toda a frota, determine normas claras sobre o uso dos veículos e imponha sanções a agentes que descumprirem as novas regras. Segundo denúncias, até filhos do prefeito teriam sido flagrados utilizando veículos públicos para fins privados, o que pode configurar improbidade administrativa.

Já a 7ª Promotoria de Justiça, sob comando da promotora Maria Juliana Naves Dias do Carmo Feitoza, investiga supostas irregularidades ambientais na construção do balneário municipal, que avançaria sem o licenciamento obrigatório. O MP pediu documentação à prefeitura, à construtora responsável e ao Naturatins, exigindo comprovação legal da obra e vistoria do órgão ambiental para checagem de eventuais intervenções em áreas protegidas.

As três investigações refletem pressão crescente por transparência e rigor no emprego dos recursos públicos no município. O MPTO adverte que, em caso de descumprimento das recomendações, podem ser ingressadas ações civis públicas por improbidade administrativa, levando à perda de cargo, suspensão de direitos políticos e ressarcimento ao erário.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins