O Índice de Progresso Social (IPS) 2025, divulgado nesta semana pelo Instituto Imazon, revelou dados preocupantes sobre a qualidade de vida em pequenas cidades brasileiras — e o Tocantins aparece com destaque negativo. Três municípios do estado figuram entre os dez piores do país no ranking de cidades com até 5 mil habitantes: Recursolândia, Itapiratins e Rio Sono.
De acordo com o levantamento, Recursolândia, com 3.471 habitantes, ocupa o 2º pior lugar do Brasil, registrando apenas 45,56 pontos no índice geral, ficando atrás apenas de Bannach (PA). Já Itapiratins, com população estimada de 3.679 pessoas, aparece como o 7º pior município, com 48,14 pontos. Rio Sono, com 4.798 moradores, fecha a lista tocantinense na 9ª posição, com 48,26 pontos.
O IPS é considerado uma das ferramentas mais robustas de avaliação multidimensional da qualidade de vida. Em vez de mensurar apenas investimentos ou infraestrutura, o índice avalia se os recursos disponíveis realmente se traduzem em benefícios concretos para a população.
Metodologia do IPS
O estudo utiliza 57 indicadores sociais e ambientais, organizados em três grandes dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades. Essas dimensões se desdobram em 12 componentes, entre eles:
- Nutrição e cuidados médicos básicos
- Água e saneamento
- Moradia
- Segurança pessoal
- Acesso à informação e à educação
- Qualidade ambiental
- Direitos individuais e inclusão social
Os dados são extraídos de fontes oficiais e institutos de pesquisa como o IBGE, Inep, Ministério da Saúde, Anatel, MapBiomas, entre outros.
Paradoxo tocantinense
Apesar das posições negativas desses três pequenos municípios, o Tocantins conquistou um desempenho positivo no conjunto da região Norte, liderando a lista com a melhor média de qualidade de vida da macrorregião.
O IPS é promovido pelo Imazon em parceria com a Fundación Avina, Amazônia 2030, Anattá Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative. A iniciativa reforça que desenvolvimento social e ambiental deve caminhar ao lado do crescimento econômico, com foco na redução das desigualdades e no bem-estar das populações.