Deputados são citados em depoimento de secretário à PF e negam acusações

Equipe Gazeta do Cerrado

O depoimento do secretário de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), Heber Fidelis gerou diversas revelações e tem chocado o Tocantins desde essa quinta-feira, 16. Desta vez, o gestor afirmou que os deputados estaduais Olyntho Neto (PSDB) e Ricardo Ayres (PSB) pressionavam o governador afastado Mauro Carlesse e Claudinei Quaresemin  retirarem os delegados da DRACMA e DECCOR.

O  depoimento foi prestado à Polícia Federal no dia 23 de novembro, no qual revelou como funcionava o esquema de corrupção e cobrança de propina da gestão Carlesse.

Fidelis relatou que durante a primeira crise entre Polícia Civil e Governo do Estado, em razão das investigações de corrupção envolvendo aliados políticos e membros do alto escalão do Palácio Araguaia, muitos deputados demonstraram incômodo com as operações, principalmente, Olyntho e Ayres.

Secretário da Seciju, Heber Fidelis – Foto: Governo do Tocantins

Desta forma, os parlamentares teriam incentivado Quaresemin a tomar a decisão pela publicação do ‘Decreto da Mordaça’ e também pressionaram Carlesse a fazer a remoção dos delegados das Delegacias de Combate à Corrupção.

Ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Quaresemin – Foto: Tharson Lopes/Governo do Tocantins

Interferência na Polícia

Na representação enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), antes da deflagração das operações que afastaram o governador Carlesse, a Polícia Federal afirma que o Governo do Estado interferiu na Polícia Civil com menos de 5 meses de gestão, ainda no mandato-tampão, e em prol da família do deputado Olyntho Neto, inicialmente.

A PF cita a exoneração de Bruno Boaventura do cargo de Delegado Regional de Araguaína após as operações envolvendo familiares do parlamentar, o escândalo do lixo hospitalar.

“No dia 12 de novembro de 2018, foi deflagrada pela Delegacia Regional de Araguaína a Operação Expurgo. Um dos investigados era o pai do deputado estadual Olyntho Neto. No dia 16 de novembro de 2018, portanto, 4 (quatro) dias depois da deflagração da Operação Expurgo, Mauro Carlesse [deu início ao] completo desmantelamento da DECOR/DRACMA, exonera 12 (doze) Delegados-regionais da Polícia Civil, dentre eles, o Delegado-Regional de Araguaina, Bruno Boaventura, que comandava a unidade policial responsável pela Operação Expurgo”, diz a PF no documento.

O que diz Olyntho

Em nota, o deputado Olyntho Neto reafirmou que todas as suas posições e ações são pautadas nas atribuições de seu cargo e na busca de melhorias para o Estado e o povo do Tocantins.

O parlamentar ainda ressaltou que, não pode responder por afirmações levianas de um secretário de Estado com o qual nunca tratou sobre o assunto que se manifesta, sem provas, em depoimento no qual se declara praticante de inúmeros ilícitos e atividades suspeitas, atribuindo a terceiros responsabilidades que são suas na gestão de sua Secretaria.

E Ayres?

À Gazeta, o deputado estadual Ricardo Ayres esclareceu que, como deputado e Presidente da Comissão de Constituição e Justica (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, pautou e votou Projeto de Lei que criou o Estatuto da Policia Civil e a Proposta de Emenda Constitucional, esta última já declarada constitucional pelo STF.

No caso do Projeto de Lei do Estatuto, duas de suas emendas foram aprovadas, a pedido dos representantes dos delegados, alterando a proposta do então Governador Mauro Carlesse.

Ayres ainda esclarece que ao tempo da votação, e mesmo agora, não tinha conhecimento ou mesmo respondia a qualquer ação penal ou inquérito conduzido pela Polícia Civil, que pudesse influenciar o exercício de seu mandato inviolável pelas suas opiniões, manifestações e votos.

E informa, também, que sempre atuou de forma republicana e nos limites da lei e da constituição, jamais atuando no sentido de aprovar matérias que seriam inconstitucionais ou que buscasse atrapalhar a atuação das instituições.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Trocando em Miúdos

Coluna escrita por Maju Cotrim escritora e consultora de comunicação. CEO Editora-Chefe da Gazeta do Cerrado. Jornalismo de causa, social, político e anti-fake!

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